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Museu do Ipiranga reabre em um mês
Falta muito pouco. Está prevista para 7 de setembro, ou seja, daqui a apenas um mês, a reabertura do Museu do Ipiranga. Não por acaso, a data escolhida marca também a celebração do bicentenário da Independência.
Fechado desde 2013, ou seja, quase uma década, o Museu precisou ser totalmente reformado e adaptado. E isso permitiu não apenas que fossem resolvidos os problemas estruturais, que colocavam em risco a segurança de funcionários e visitantes. Paralelamente, um dos mais importantes espaços culturais e históricos do país foi modernizado, ganhou em acessibilidade e interatividade, com recursos modernos e modificação da planta do edifício sede.
Vale ainda destacar que, embora a obra principal ocorra em âmbito estadual e também com recursos federais, a Prefeitura vem trabalhando no entorno, no Parque da Independência e suas obras.
Acolhimento
Uma das novidades é o espaço de acolhimento. Para criar a nova área, foi feita uma grande escavação na região da Esplanada, que retirou 35 mil metros cúbicos de terra: um número equivalente à capacidade de dois mil caminhões. Segundo Eduardo Ferroni, da H+F Arquitetos, responsável pelo projeto da obra, para que o lugar não perdesse a característica de ter sido erguido a partir do subsolo, utilizou-se concreto pigmentado com óxido de ferro para recobrir toda a área. O material escolhido reproduz uma tonalidade próxima à da terra removida do local. Trata-se, portanto, de uma homenagem.
Outro novo ambiente é chamado de Edifício Ampliação. Ali, ficarão as bilheterias, café, loja, auditório, área do educativo e sala de exposições temporárias.
As obras de ampliação e restauro também garantiram mais salas expositivas e áreas novas. Um dos novos espaços é o auditório com capacidade para 200 pessoas, que teve seu assoalho colocado recentemente. O piso desse espaço foi obtido, em grande parte, por meio do reaproveitamento de madeiras saídas do Edifício-Monumento na fase de restauração.
Muitas das toras utilizadas suportavam, por exemplo, o piso que foi retirado para dar lugar aos elevadores e à escada de emergência.
Pinturas restauradas
Foram necessárias cinco semanas e mais de dez profissionais para instalar as 12 pinturas que ficam em volta da escadaria monumental do Museu do Ipiranga.
Para alinhar as pinturas restauradas que voltaram às paredes fizeram-se cálculos e optou-se por contar com uma folga de meio centímetro, para que as telas respirem sem criar umidade, mofo ou fungos. A fixação foi feita com ganchos em forma de U, chamados de Mão Amiga, customizados para a necessidade de cada tela, levando em conta a profundidade do nicho onde foi colocada, seu peso e seu tamanho.
Todas essas obras já estão em seus lugares, aguardando os visitantes a partir do dia 7 de setembro.
Jardins
O Jardim Francês do Museu também está em processo de renovação. Antes do cultivo das plantas ornamentais, o terreno de 10 mil metros foi recoberto por grama.
A geometria do jardim foi traçada com 20 mil mudas de plantas arbustivas, o popular buchinho. Em segundo plano, o desenho do espaço foi complementado por 10 mil mudas de azaleias. As plantas passaram por um cuidadoso trabalho de topiaria. Na parte interna da cerca-viva de azaleias, firmando o conceito de “jardim francês”, foram cultivadas mais flores: nesse espaço está crescendo um roseiral, com variedades brancas, vermelhas e amarelas.
Completando a paisagem, 40 fícus com copa ovalada rodeiam o jardim, e dois ciprestes italianos ladeiam as fontes. No paisagismo, optou-se por um ciclo autossustentável – tudo que saiu de botânica foi transformado em adubo fortificado para o próprio jardim, nutrindo a terra e ajudando na recuperação de árvores com parasitas.
Exposições
As exposições que vão reabrir o Museu do Ipiranga serão divididas em dois segmentos.
O eixo “Para entender o Museu” terá mostras dedicadas às quatro etapas do ciclo curatorial: coletar, catalogar, conservar e comunicar. A etapa da comunicação será abordada na mostra “Comunicar: Louças”, por meio de coleções de porcelanas, louças e faianças (exemplares em cerâmica) do Museu do Ipiranga.
O público saberá como uma exposição é produzida e como a tarefa abrange muito mais do que simplesmente exibir objetos. A organização de uma mostra está relacionada a seleção, criação e interpretação, ou seja, um processo de conhecimento que está longe de ser neutro.