História
Museu do Ipiranga: conheça o projeto vencedor para reforma
O incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro, com destruição quase total de seu imenso acervo, não apenas chocou pessoas que valorizam a cultura e a história nacional, como também trouxe preocupações com relação a outros espaços similares no país.
Assim como o espaço cultural carioca, o Museu Paulista da USP, mais conhecido como Museu do Ipiranga, sofre com a falta de investimentos em preservação predial. Há outra coincidênci – o Museu Nacional do Rio de Janeiro estava celebrando seu bicentenário, enquanto que o do Ipiranga pretende celebrar o bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, com sua reabertura ao público.
O Museu Paulista da USP está fechado à visitação pública desde agosto de 2013, às vésperas da celebração do Dia da Independência – data em que é mais visitado. Corria riscos de ter desabamento do forro.
Cinco anos depois, a reforma sequer teve início. Foi só no ano passado que houve lançamento da concorrência para escolha da empresa que faria projeto para reforma do museu.
Venceu o escritório H+F Arquitetos, que agora está desenvolvendo o projeto executivo, a ser finalizado no primeiro semestre de 2019, quando terão início as obras no local. Além do restauro desse patrimônio histórico, o edifício será integralmente adequado à visitação pública em termos de acessibilidade, segurança e aplicações tecnológicas.
Imagens iniciais do projeto mostram que deverá ser aberto um acesso a partir do subsolo, integrando mais o museu com o próprio Parque da Independência e criando acessibilidade.
Atualmente, o prédio vem passando por uma série de intervenções estruturais, preparando-o para as celebrações do Bicentenário da Independência em 2022. Paralelamente, começou-se a tratar da transferência de seus acervos para viabilizar a execução das obras, tendo sido concluídas e reabertas ao público a Biblioteca e a área de Documentação Histórica e Iconografia.
O edifício-monumento do Museu do Ipiranga, inaugurado em 7 de setembro de 1895, foi projetado por Tommaso Gaudenzio Bezzi e é tombado pelos órgãos de patrimônio nas instâncias municipal, estadual e federal. É o mais antigo museu público paulista.
À época de sua inauguração, há mais de cem anos, o prédio ainda era o Museu de História Nacional. Foi incorporado à USP em 1963 e integra a unidade do Museu Paulista da USP, junto com o Museu Republicano de Itu.
Seus acervos somados possuem cerca de 450 mil itens, entre eles o famoso quadro de Pedro Américo que retrata uma cena heróica como sendo a Proclamação da Independência: o quadro “Independência ou morte”, data de 1888.
Festa
Realizada pelo Sesc e pela USP a 2ª edição do Museu do Ipiranga em Festa acontece dias 7 e 8 de setembro (sexta e sábado) no Parque da Independência, na capital paulista. Ao celebrar os 196 anos da Independência do Brasil, o evento aprofunda seu teor histórico e político por meio de intensa programação cultural gratuita para todas as idades, com apresentações de dança, teatro, música, cortejos, performances cênicas, poesia, exposição e projeção mapeada na fachada do Museu.
Nesta edição, o trabalho de curadoria questiona os significados da Independência nos dias de hoje ao lançar um olhar crítico sobre três marcos históricos: 1822 (Independência do Brasil), 1922 (Centenário da Independência e efervescência intelectual em São Paulo com a Semana de Arte Moderna) e 2022 (Bicentenário da Independência e reabertura do Museu do Ipiranga).
O primeiro eixo (1822) aborda o século da independência e da abolição da escravatura enquanto ideia e apagamento de uma nação; o segundo (1922) explora a produção cultural do século XX e a ideia de uma renascença paulista; finalmente, o terceiro (2022) representa o futuro nos corpos e vozes da juventude.
Todas as atividades são gratuitas e não necessitam de inscrições prévias. A organização sugere que o público leve banquinhos, almofadas ou cangas para a utilização nos locais das apresentações.
A programação completa está disponível nos sites do Museu do Ipiranga e do Sesc. O Parque da Independência está localizado na Avenida Nazaré, sem número, Ipiranga.
Sidnei Denone
1 de abril de 2019 at 14:59
É um absurdo ficar sete anos sem ser feito obra alguma para a restauração do Museu do Ipiranga. Se esse museu estivesse na Europa, já estava todo reformado, com os equipamentos do mais modernos e aqui o museu está mofando e se ficar mais um tempo sem fizer nada, não haverá a possibilidade de se fazer uma reforma. O nosso Governo não têm interesse em fazer isso porque para eles não é importante em se ter um museu, quanto menos instrução a população tiver fica mais fácil manipular a população para votarem em que eles querem.