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Cultura

Museu do Ipiranga: 70% das obras do edifício sede estão concluídas

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Cerca de 70% das obras de reforma do edifício-monumento do Museu do Ipiranga estão concluídas. A informação foi apresentada durante a reunião virtual promovida pelo Comitê Gestor do Novo Museu do Ipiranga com representantes dos patrocinadores, no dia 22 de junho. Este foi o sexto encontro do grupo, que tem se reunido sistematicamente desde novembro de 2019 para compartilharem informações atualizadas sobre o empreendimento.

Quando a obra estiver finalizada, em setembro de 2022, o prédio, que é um patrimônio tombado nas esferas municipal, estadual e federal do governo, será dedicado exclusivamente à visitação pública, com exposições e espaços para apreciação visual de sua arquitetura, acessibilidade, sustentabilidade e segurança, com equipamentos especiais para a prevenção de incêndios.

Já o Edifício Ampliação, um espaço novo com 6.800 metros quadrados de área, está com 55% da obra concluída e deverá abrigar sala de exposições temporárias, salas para atendimento do programa educativo, café, auditório e lojas.

O Museu do Ipiranga foi fechado para visitação do público em 2013 e a expectativa é que seja reaberto, completamente renovado e ampliado, para a celebração do bicentenário da Independência do Brasil. Assista, a seguir, a mais um episódio da série Diário do Novo Museu do Ipiranga, que apresenta dados sobre as obras e sobre as exposições programadas para a inauguração.

Os trabalhos de restauração, modernização e ampliação do museu devem custar cerca de R$ 188 milhões e contam com patrocínios diretos e incentivados via Lei de Incentivo à Cultura pelas seguintes empresas: Atlas, Banco Safra, BNDES, Bradesco, Caterpillar, Comgás, CSN, EDP, EMS, Fundação Banco do Brasil, Honda, Itaú, Vale, Sabesp, Grupo Ultra Ipiranga e Pinheiro Neto Advogados. Recentemente, o Banco Santander também se tornou patrocinador.

Achados históricos

Em maio passado, o canteiro de obras do Museu do Ipiranga se transformou em um sítio de monitoramento arqueológico. Em escavações na área externa do museu, uma equipe de arqueólogos encontrou ossos, fragmentos de porcelana e objetos de uso pessoal. Em parceria com a Scientia Consultoria Científica, os achados de outras épocas são analisados e divulgados em série de postagens nas redes sociais do museu.

A série foi inaugurada por uma curiosa dentadura, da primeira metade do século 20, que incluía um dente com restauração em ouro, para disfarçar o uso da prótese. Ela foi encontrada durante o processo de remoção de árvores do jardim para replantio.

De acordo com a publicação, uma câmara de vácuo pode ser observada na região do encaixe com o palato, recurso utilizado para ajudar na fixação. Com o tempo, observou-se que isso causava uma hiperplasia no céu da boca, e na segunda metade do século 20, outras técnicas passaram a ser utilizadas.

Entre os achados das escavações na área externa do novo Museu do Ipiranga, ossos de animais foram exumados pela Scientia Consultoria Científica: são pedaços de crânio, pélvis e pés de rês (vaca ou boi) com marcas de cortes retos, realizados com instrumentos de metal; um fragmento de mandíbula que pode ter pertencido a um gato e dentes de porco doméstico.

Também foram encontrados fragmentos de pratos, xícaras e potes de porcelana. A consultoria científica identificou que o conjunto data do fim do século 19 e início do 20. Um deles parece ser o fundo de um prato raso, com o registro Société Céramique Maestrich, marca holandesa de 1859. Também foi identificado um pedaço de prato produzido na Fábrica de Louças Santa Catharina (FSC), uma das primeiras do país.

Por Adriana Cruz/Jornal da USP

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