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Moradores de rua: antigos problemas, complexas soluções

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O prefeito Fernando Haddad foi alvo, esta semana, de uma avalanche de críticas por conta de ações da Guarda Civil Metropolitana com moradores de rua. De acordo com denúncias de moradores de rua e entidades que atendem essa população, a corporação estaria recolhendo colchões, cobertores e papelões usados para dormir e proteger das noites frias. Os guardas ainda teriam cometido outros abusos como jogar água no rosto de pessoas dormindo em calçadas.
As denúncias e queixas, na verdade, são antigas, mas ganharam repercussão e força por conta das baixas temperaturas e consequentes mortes registradas de pessoas que dormiam pelas ruas.
A própria Prefeitura admitiu que os guardas “prestam apoio de segurança aos servidores das 32 subprefeituras no trabalho de reorganização urbana, que tem como objetivo retirar materiais inservíveis em calçadas e ruas da capital paulista e impedem o fluxo de pedestres e veículos”.
O comandante da GCM, Gilson de Menezes, ainda disse que durante a Operação Baixas Temperaturas, que vai até setembro, a diretriz é que não sejam retirados cobertores ou lençóis que estão nas ruas. “Nesse momento, não estamos retirando nem os cobertores que servem para cobrir essas moradias precárias. A pessoa em situação de rua sempre fica com seu cobertor e lençol e o guarda não pode permitir que esses itens sejam levados”, disse o comandante.
As frases geraram críticas e questionamentos nas redes sociais, chegaram à imprensa diária e, na tarde de ontem, 16, houve uma entrevista coletiva para anunciar novas ações e esclarecer procedimentos.
Recusa
A Prefeitura defende que há vagas suficientes para atender a população de rua. Mesmo nas noites mais frias, houve camas sobrando nos abrigos espalhados pela cidade.
Mas, estes números não necessariamente refletem a realidade. Sobra em um bairro para onde a pessoa não deseja ser deslocada, mesmo com a promessa de que será trazida de volta. Sobra em um abrigo onde não há vaga para as carroças de catadores de inservíveis e recicláveis.
Há ainda outros problemas nos abrigos que fazem os moradores de rua rejeitarem a oferta de assistentes sociais que tentam convencê-los a se proteger do frio nos abrigos municipais. Muitos não querem se separar de seus animais. Outros vivem em casal, outros reclamam que são acordados muito cedo e expulsos dos abrigos ainda em horários muito frios ou que não há espaço suficiente para guardar seus pertences.
Usuários de drogas também tendem a recusar a oferta por abrigo, por não poderem consumir nestes espaços.
Todos estes problemas, na verdade, são antigos.
Para tentar minimizar a situação, uma das novidades apresentada pela Prefeitura será a abertura de “tendas” para os moradores de rua.
Com regras menos rígidas que os centros de acolhida, os espaços irão acolher também os animais de estimação das pessoas em situação de rua. “A proposta nessas tendas de ação conjunta da Saúde e Assistência Social, junto com o pessoal do Centro de Controle de Zoonoses, ter uma espécie de canil adaptado, com as regras do CCZ, reconhecidas nacionalmente e internacionalmente para acolher esses animais da melhor forma. Não seria permitido que dormisse com o animal, mas estaria no canil adequado, de forma digna para não separar essas pessoas de seus companheiros”, afirmou o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha.
Inicialmente, serão criadas quatro tendas provisórias nas regiões da Sé, Anhangabaú, Glicério e Mooca, com 250 vagas cada. A montagem deve acontecer na próxima semana, quando uma nova frente fria deve atingir a cidade.
Região
No Jabaquara, há um único abrigo para moradores, localizado próximo a uma das áreas que reúne muitos deles, os baixos dos viadutos da Avenida dos Bandeirantes. O Abrigo Solidariedade, da Abecal, fica na Av. Eng. Armando de Arruda Pereira, 1392.
Na Vila Mariana, há apenas atendimento a gestantes, mães e bebês, no Amparo Maternal Irmã Leoni, na Rua Napoleão de Barros,1035 – Vila Clementino
A população também pode ajudar os moradores em situação de rua solicitando os serviços da Central de Atendimento Permanente e de Emergência (CAPE) que funciona 24 horas por dia e pode ser acionada pelo 156.

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