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Saúde

Mesmo com vacina, pandemia continuará

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O Instituto Butantã afirma que já tem – no total – 12 milhões de doses de vacina contra Covid 19 prontas para distribuição, embora nem todas tenham ainda sido autorizadas para distribuição, pela Anvisa. Outros dois milhões devem vir da FioCruz. No país, entretanto, são necessárias ao menos 300 milhões de doses para garantir que toda população seja vacinada e a doença deixe de se espalhar.

Ainda não se sabe com certeza, já que se trata de um vírus novo e perigoso, mas pode ser que as pessoas que já tiveram a Covid 19 mantenham imunidade garantida ao vírus por um período que pode ser de apenas cinco meses.

Ou seja, na fase inicial da vacinação, prevista para ter início ainda esse mês, a vacina vai apenas prevenir que as pessoas que recebem a dose deixem de manifestar quadros graves da doença e se mantenham longe dos hospitais.

Mas, enquanto não houver imunização em massa, a doença continuará sendo transmitida e fazendo novas vítimas.

Por isso, esse será um ano de uso constante de máscara, lavagem repetida de mãos, uso de álcool gel e distanciamento social.

As viagens para o exterior também continuarão difíceis. A Inglaterra – que está em processo acelerado de vacinação de toda sua população – acaba de anunciar que estão proibidos voos do Brasil e entrada de Brasileiros. Proibiu inclusive voos de Portugal, já que considera que muitos brasileiros vêm de lá.

Isso significa que enquanto não houver vacinas de diferentes laboratórios disponíveis, a ponto de atender toda a população, não haverá imunização coletiva impedindo que a doença continue se espalhando.

Guerra das Vacinas

O Ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, em reunião com prefeitos essa semana garantiu que o programa de imunização brasileiro começa na próxima quarta-feira, dia 20 – ou seja, cinco dias antes da  data estabelecida pelo governador João Doria para o início da campanha em São Paulo.

Mas, a Anvisa sequer anunciou ainda se haverá liberação das vacinas – da Astrazeneca (produzida no Brasil pela Fiocruz) e da Sinovac (produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. Nesse cenário de incertezas, mais uma surgiu no horizonte: o avião brasileiro enviado para buscar vacinas para o Governo Federal na Índia pode voltar vazio – já que autoridades do país declararam que “ainda é muito cedo” para a liberação das doses.

O fato é que o brasileiro precisa pressionar todos os governadores e presidente para que haja programas de imunização em massa e, ainda assim, continuar a se preservar . A expectativa de autoridades em saúd ee infectologistas, entretanto, é de que a doença deve permanecer entre nós e sempre será perigosa.

Vacina Butantã

A vacina Coronavac, que será produzida pelo Instituto Butantãn, obteve 50,38% de eficácia global no estudo clínico desenvolvido no Brasil, além de proteção de 78% em casos leves e 100% contra casos moderados e graves da COVID-19. Todos os índices são superiores ao patamar de 50% exigido pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Os resultados foram submetidos a um comitê internacional independente e já estão com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que analisa o pedido de uso emergencial do imunizante no Brasil. A pesquisa envolveu 16 centros de pesquisa científica em sete estados e o Distrito Federal. O teste duplo cego, com aplicação da vacina em 50% dos voluntários e de placebo nos demais, envolveu 12,5 mil profissionais de saúde.

“É uma excelente vacina esperando para ser usada em um país onde morrem, no momento, em torno de mil pessoas por dia. Esperamos que as autoridades entendam o momento e ajudar nossa população a receber as vacinas o mais rapidamente possível”, afirmou o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

“Os dados são extremamente importantes no impacto da saúde pública, impedindo que as pessoas adoeçam de forma grave e sobrecarreguem hospitais. É a possibilidade de impedirmos que as pessoas morram”, disse o Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn. “Temos uma vacina que foi testada na vida real, no meio de uma pandemia e naqueles que eram mais expostos”, acrescentou.

O estudo verificou que a menor taxa foi registrada em casos de infecções muito leves. Já o resultado de eficácia dos casos leves, em pacientes que precisaram receber alguma assistência, foi de 77,96%, sendo que sete pessoas haviam recebido a vacina, e outras 31, placebo.

Para os casos moderados e graves que necessitaram de hospitalização, a eficácia foi de 100%. Nenhum paciente infectado que recebeu a vacina do Butantan precisou de internação. Entre os que tomaram placebo, houve sete pacientes que precisaram de internação.

O Instituto ainda inforam que todos os voluntários são profissionais de saúde, com risco muito alto e contínuo de exposição ao coronavírus. Eles receberam duas doses da vacina.

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