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Saúde

Jabaquara já teve caso de febre maculosa, em 2005

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em

Por: Ana Coluccio – Mtb 23.403

Redação Jornal SPZS

 

O Instituto Adolfo Lutz confirmou o diagnóstico de febre maculosa da adolescente de 16 anos, moradora de Campinas, que faleceu na terça-feira (13). No dia 27 de maio ela esteve no evento na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, local provável de infecção, onde outras três pessoas estiveram antes de morrerem esta semana em decorrência da doença.

Segundo a Secretaria de Saúde de Campinas, com as quatro mortes pela doença, a situação já se configura como um surto localizado. O distrito de Joaquim Egídio é mapeado como área de risco para febre maculosa.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, em 2023, foram registrados 17 casos de febre maculosa com oito óbitos, incluindo os quatro confirmados desde segunda-feira (12) e que estiveram no mesmo evento. Em 2022, foram registrados 63 casos, com 44 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 87 casos e 48 óbitos.

Jabaquara e Ipiranga

Muita gente deve se lembrar que já houve preocupação semelhante na zona sul de São Paulo, mais especifi8camente nas áreas lindeiras ao Parque do Estado. Em 2005, quase 20 anos atrás, a Prefeitura fez mutirões de limpeza e desinfecção em áreas próximas à Rodovia dos Imigrantes, nos dois sentidos.

Em setembro daquele ano, a Subprefeitura do Ipiranga limpou um terreno particular com tamanho equivalente a 30 campos de futebol por suspeita da existência de carrapatos do tipo estrela, infectados pela bacteria Rickettsia rickettsii, que causa a febre maculosa. Na época, a Vigilância Sanitária local apontava como mortes suspeitas três casos ocorridos em 2002.

A situação, entretanto, voltou a chamar a atenção das autoridades sanitárias locais quando uma moradora do Jabaquara, de apenas 12 anos, morreu de febre maculosa. A mãe da adolescente também se infectou, mas sobreviveu.

Na época, o São Paulo Zona Sul divulgou (veja imagens) diversas ações municipais para evitar o surto. A região foi cercada para evitar a circulação de pessoas, cavalos e outros possíveis hospedeiros foram recolhidos, houve roçagem das áreas e investigação minuciosa nas cerca de 300 residências do entorno da área onde a menina teria se infectado.

Dados nacionais

O Brasil registrou 2.059 casos de febre maculosa de janeiro de 2013 a 14 de junho de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Desse total, 1.292 casos foram na Região Sudeste. Desde o início deste ano, 53 casos ocorreram em todo o país, dos quais 30 se concentram no Sudeste até o momento. Com relação aos óbitos causados pela doença do carrapato, foram contabilizados 703 no Brasil de 2013 a 2023, dos quais 623 foram no Sudeste. Só em 2023, o Brasil registrou oito mortes, todas no Sudeste.

Quando analisados os 30 casos registrados este ano na Região Sudeste, quatro foram em Minas Gerais, oito no Espírito Santo, seis no Rio de Janeiro e 12 em São Paulo. Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, as oito mortes deste ano ocorreram no estado de São Paulo. Todas as vítimas estiveram em evento da Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, local provável de infecção.

No estado de São Paulo há duas espécies da bactéria causadora da doença. Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo (CVE), na região metropolitana da capital, atualmente, há pouquíssimos registros devido à urbanização da área.

A doença

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato. Conhecido como carrapato estrela, na fase adulta o animal é marrom e tem o tamanho de um feijão verde. O parasita depende de sangue de outros seres para sobreviver. Seus hospedeiros podem variar de região para região, podendo ser encontrado em cachorros, gatos, cavalos, bois e capivaras.

A doença não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato.

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