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História

Identificação de ossadas continua

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Já foram analisadas 144 ossadas encontradas na vala clandestina do Cemitério de Perus, pelo Grupo de Trabalho Perus, instituído em outubro pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República. Do total, em 11 restos mortais foram encontrados sinais de morte violenta, três têm marcas de projeteis e oito, marcas de lesões graves, como ossos quebrados. Os dados parciais foram divulgados esta semana pelo Grupo, que trabalha no primeiro Centro de Arqueologia e Antropologia Forense, criado no ano passado, na Vila Mariana.
O cemitério, localizado na zona noroeste, foi usado durante a ditadura para enterrar, em segredo, militantes políticos assassinados e outras vítimas de violência do regime. No Cemitério de Perus, foram encontradas, em 1990, mais de mil ossadas enterradas em uma vala clandestina, colocadas em 1.049 caixas.
“É uma dívida que o Estado brasileiro tem para com as famílias dos desaparecidos da época da ditadura, para que eles possam encerrar o período de luto e enterrar os restos mortais dos seus entes queridos. Mas é também um trabalho importante para que a gente não tenha políticas de desaparecimento, como grupos de extermínio, esquadrões da morte, enterros em massa, como infelizmente aconteceu”, destacou a secretária da SDH, Ideli Salvatti.
Algumas ossadas já foram analisadas na década de 1990 pelo Departamento de Medicina-Legal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 1992, foram identificados dois presos políticos cujos restos mortais estavam na vala clandestina de Perus: Dênis Antônio Casemiro e Frederico Eduardo Mayr. Desde então, o processo de identificação ficou paralisado, sendo retomado em 2014.
O prazo para a identificação dos restos mortais pelo grupo é até o fim de 2016. Os exames genéticos estão previstos para se iniciar no segundo semestre de 2015 em laboratórios internacionais – capazes de fazer identificação em grande quantidade.
Caso alguma ossada catalogada tenha indícios significativos de pertencer a um dos desaparecidos políticos, serão feitos exames de DNA no Brasil, ainda no primeiro semestre. O orçamento para a contratação dos laboratórios internacionais ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional – está previsto no Orçamento de 2015, ainda não votado. Até o momento, cerca de R$ 4 milhões já foram investidos na identificação.
Existem 42 desaparecidos, vítimas da ditadura, que podem ter sido levados para a vala clandestina de Perus. A coleta das amostras genéticas está sendo feita com parentes.
Com informações da Agência Brasil

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