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História

Há 20 anos, avião caía no Jabaquara

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Foi uma grande comoção. Apenas 24 segundos após a decolagem cairia ao lado do Aeroporto de Congonhas, no Jardim Lourdes, Jabaquara. Todos os 90 passageiros e seis tripulantes do voo TAM 402, que fazia a ponte aérea Rio-São Paulo, morreram naquele 31 de outubro de 1996.

O avião passou muito perto de uma escola de nível fundamental no bairro, e acabou caindo no meio de uma rua pouco movimentada. Dessa forma, apenas três pessoas morreram em solo, apesar de a tragédia ter ocorrido em área urbana altamente densa: um professor de matemática que estava na sala de casa, um pedreiro que trabalhava no topo de um pequeno prédio de três andares no início da Rua Luiz Orsini de Castro e um homem que estava dentro de um carro estacionado na mesma via.

A asa esquerda do avião destruiu várias casas na via que, minutos após o acidente, estava tomada por carros de bombeiros, polícia, imprensa, curiosos e moradores que mal podiam acreditar no que viam. Aos poucos, os corpos foram enfileirados ao longo da via em sacos pretos, tornando o cenário ainda mais triste e assustador.

Investigações posteriores mostraram que a aeronave apresentou falhas no “reverso”, um equipamento que abre para ajudar no processo de frenagem, reduzindo a velocidade. O reverso abriu durante a decolagem e fez com que o avião não conseguisse levantar voo.

O acidente com o Fokker 100 da TAM completa 20 anos e pouca coisa mudou de lá para cá com relação à segurança de Congonhas.

Na verdade, em 17 de julho de 2007, outro acidente ocorreu durente o pouso do voo 3054, quando um Airbus atravessou a Avenida Moreira Guimarães e se chocou contra prédios na Avenida Moreira Guimarães.

Planos e projetos
Tanto o acidente de 1996 quanto aquele que ocorreu pouco mais de uma década depois suscitaram debates sobre a segurança de um aeroporto tão movimentado estar encravado em meio à metrópole.
Projetos foram feitos para ampliar a segurança e algumas obras efetivamente ocorreram, como melhorias nas duas curtas e únicas pistas de pouso e decolagem de Congonhas.

Em maio deste ano de 2016, a Justiça Federal em São Paulo determinou o bloqueio de bens de sete pessoas e de uma empresa que seriam responsáveis por irregularidades nas obras da pista de pouso e do pátio de aeronaves do aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, iniciadas em 2001.

Ao longo destas duas décadas, houve também discussões e elaboração de projetos que chegaram a considerar a desapropriação de centenas de imóveis em bairros vizinhos como Jardim Aeroporto e Parque Jabaquara, para ampliação das pistas. Entretanto, a oposição da comunidade vizinha e a amplitude da proposta levaram a ideia ao esquecimento.

Além das obras nas pistas, houve redução no número de pousos e decolagens a partir de Congonhas, depois dos acidentes. Mas, as medidas aos poucos foram sendo abandonadas e os limites de pousos e decolagens foram aos poucos novamente ampliados.

Em janeiro passado, por exemplo, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) derrubou uma restrição que limitava a uma distância de 1.500 km os voos com chegada ou saída de Congonhas, que havia sido publicada uma semana após o acidente com um avião da TAM de julho de 2007, quando morreram 199 pessoas .

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), entre 2001 e 2002, a empresa teria recebido recursos sem concluir serviços e as irregularidades teriam relação com o acidente que, em 2007, matou 199 pessoas.

A outra notícia mais recente sobre o Aeroporto de Congonhas mostra que não há intenção em reduzir o movimento. Está em andamento um projeto de reforma e ampliação dele, pelo contrário.

A ampliação estava prometida para esse segundo semestre não se confirmou. Mas a previsão é de que ocorra a partir de março de 2017. O projeto leva o nome de Inova Congonhas e prevê uma expansão de cerca de 36.200 metros quadrados: 9.000 metros quadrados de área operacional, com a expansão de dez novas pontes de embarque além das 12 atuais e 27 mil metros quadrados de área comercial.

Em julho, o governo federal também decidiu mudar as regras de distribuição de slots (horários de pouso e decolagem) para o Aeroporto de Congonhas. Os cancelamentos, que atualmente são limitados a 10% do total de voos, passarão a ser de 20% e os atrasos, antes limitados a 20% poderão chegar a 25% do total.

Em 2015, Congonhas recebeu em média 585 movimentações por dia, entre pousos e decolagens, e mais de 19 milhões de passageiros, interligando São Paulo a 30 localidades.

 

Fotos: Wagner Luiz D’Angelo/Acervo Jornal SP Zona Sul®

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