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História

Grupo que estudará ossadas é ampliado e passa por curso

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O Grupo de Trabalho Perus (GTP) promoveu um “Curso de Nivelamento”. A iniciativa tem o objetivo padronizar os procedimentos em Antropologia Forense utilizados no processo de identificação das ossadas encontradas na vala clandestina de Perus, na década de 1990, aos novos peritos que integrarão a equipe técnica do GTP.
Foram mais 12 componentes no grupo, entre odontolegistas, médicos legistas, antropólogos, entre outros. Além de conhecer os conceitos teóricos e práticos da rotina de trabalho, os novos contratados, oriundos de diversas partes do País, estão em processo de integração com a equipe fixa do GTP.
O treinamento foi realizado na Escola Paulista de Medicina (EPM), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), se estendeu por seis dias. Participaram da abertura do curso Rimarcs Gomes Ferreira, coordenador do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF); Carla Borges, coordenadora de Direito à Memória e à Verdade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC); Javier Amadeo, membro do comitê Gestor do GTP; Samuel Ferreira, coordenador científico do grupo; e José Pablo Baraybar, do Comitê internacional de Antropologia Forense.
O professor Rimarcs, coordenador do CAAF e do curso de Medicina da Unifesp, espera que, apesar do cenário atual de mudanças políticas, o trabalho de identificação não tenha interrupção.
“São Paulo tem 25% dos mortos e desaparecidos políticos da época da ditadura civil militar. O Estado tem uma dívida com essas famílias. Nós estamos apostando na transparência do processo, como forma de ter êxito ao termino das análises”, comenta. Ele também afirmou que a multidisciplinaridade é a principal característica do CAAF e que, se não fosse desta forma, seria impossível chegar a um resultado satisfatório ao final das investigações.
Também esteve presente a Assessora Forense do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Olga Lucia Berragán. Ela fez uma apresentação aos novos ingressantes sobre o trabalho realizado pela Cruz Vermelha, cujo principal objetivo é aliviar o sofrimento das famílias devastadas por catástrofes, guerras e violações de direitos humanos, e atuará no apoio técnico ao grupo. “A CICV realiza um trabalho exclusivamente humanitário, e age de forma independente, neutra e imparcial. Nosso dever é proteger a vida e a dignidade de vítimas. Nosso trabalho na arqueologia forense pelo mundo, tem o objetivo de aliviar a dor de famílias que procuram seus entes queridos”, finalizou.
Samuel Ferreira ressaltou a importância do GTP. “O curso é essencial para quem vai integrar a equipe. Mas, além disso, o grupo deixará para a sociedade um grande legado. O CAAF, além da identificação das ossadas, fará com que seja repensada a importância da arqueologia forense no Brasil”, finalizou.

 

“São Paulo tem dívida com famílias de vítimas da ditadura” disse coordenador do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), na abertura do treinamento

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