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Meio ambiente

Greve dos caminhoneiros diminuiu poluição na cidade em 50%

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O Rodízio de veículos foi suspenso na cidade essa semana, assim como a Zona Máxima de Restrição de caminhões. Essas duas medidas existem, na capital paulista, para evitar imensos congestionamentos, especialmente em horários de pico. Mas, ainda assim, durante toda a semana, o trânsito foi similar à de um feriado.  A Companhia de Engenharia de Tráfego registrou, na terça-feira, congestionamento zero, sem pontos de lentidão.

Esse cenário improvável foi causado pela greve dos caminhoneiros, que representou o desabastecimento de combustível na cidade. Já na sexta passada, 25 de maio, os postos da cidade esgotaram seus estoques e muitos motoristas passaram a deixar os carros na garagem. Também a frota de ônibus coletivos foi reduzida em média pela metade e outros serviços, obras e eventos foram suspensos.

As ciclovias da cidade, por outro lado, tiveram seu uso ampliado e o metrô estendeu o horário de funcionamento na madrugada.

O resultado de todo esse cenário? O Sistema de Informações de Qualidade do Ar, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), observou que a queda no tráfego levou à diminuição pela metade da poluição atmosférica.

“Houve uma redução de 50% da poluição na capital paulista. Esse é um episódio raro e vamos estudar suas consequências na saúde pública. Quem sabe, essas evidências quantitativas sirvam de argumento para a criação de políticas públicas”, disse o diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), Paulo Saldiva,

Na tarde de segunda-feira (28), por exemplo quando os caminhoneiros ainda estavam paralisados, a qualidade do ar na capital paulista era considerada boa em todas as estações de medição e para todos os poluentes analisados, algo difícil de ser registrado.

De acordo com a comparação dos dados diários sobre poluição atmosférica medidos pela Cetesb, os índices de poluição aumentaram quando houve a liberação do rodízio, seguido de uma forte queda após a falta de combustível e a redução de carros e a frota de ônibus nas ruas.

Saldiva comparou os dados relativos aos índices de monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (N2O) e partículas inaláveis na atmosfera. Os três índices, diretamente ligados à liberação da queima de combustíveis, são historicamente mais altos às segundas-feiras e sextas-feiras, quando há mais trânsito na cidade, e diminuem nos fins de semana.

A equipe de pesquisadores teve a oportunidade de medir a poluição de São Paulo em uma outra experiência rara: a greve dos metroviários em maio de 2017. Naquela época, no entanto, a poluição atmosférica dobrou.

A estimativa, desta vez, é que com a redução de carros e ônibus na rua, evite-se, pelo menos, seis mortes por dia na capital paulista. “Só teremos essa resposta mais para frente, com os cálculos prontos”, disse Saldiva.

Veja mais notícias sobre a greve dos caminhoneiros e serviços comprometidos na cidade em nossa página na internet: www.jornalzonasul.com.br

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