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Meio ambiente

Fome no mundo pode voltar a crescer

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Enchentes, secas, temperaturas extremas, alterações no nível do mar e outros problemas ambientais podem comprometer abastecimento

Até mesmo o papa Francisco, na encíclica Laudato Si, divulgada esta semana, alerta: todos compartilhamos a responsabilidade de proteger e cuidar da terra, nossa casa comum, para as gerações atuais e futuras.O documento aponta que o problema da pobreza e do meio ambiente é de fato uma só crise. Em maio, durante conferência regional das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), foi definido que as políticas de segurança alimentar na América do Sul e no Caribe terão de considerar os efeitos na agricultura de prolongados períodos de escassez de chuvas e do aumento da temperatura. A FAO pretende erradicar a fome nesta região até 2025.
De acordo com a última edição do relatório da ONU O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2015, estima-se que o número de pessoas com fome no mundo é 10 milhões menor do que o registrado no ano passado e 167 milhões menor do que na década passada, totalizando 795 milhões de pessoas.
Na América Latina, entre os países que conseguiram reduzir a desnutrição em 50%, sete chegaram a índices inferiores a 5%. Desse modo, a FAO considera que a Argentina, Barbados, a Dominica, o Chile, Cuba, o México e a Venezuela erradicaram a fome.
O Brasil, a Guiana, Honduras, a Nicarágua, o Panamá, Peru e San Vicente e Granadinas reduziram o índice de subalimentação à metade.
Mas, mesmo com políticas e ações mundiais, o fantasma da fome ainda ronda. Ao mesmo tempo em que boa parte da comida produzida é desperdiçada – seja por questões de logística no transporte e no processo de vendas, seja por excessos no consumo e hábitos equivocados dos consumidores – as mudanças climáticas e outros problemas ambientais como a poluição ameaçam a produção de alimentos.
“Por um tempo, tivemos a ideia de que o mundo havia se transformado em um supermercado e que podíamos comprar tudo quanto queríamos. Nós havíamos alcançado a situação do pleno abastecimento, mas agora a mudança climática reintroduz o tema da incerteza”, ponderou o brasileiro José Graziano, que preside a FAO.
Paralelamente, é necessário discutir outras questões relacionadas à sustentabilidade. Em 2050, a população mundial deve atingir 9 bilhões de pessoas e, para alimentar adequadamente este contingente, seria necessário dobrar a produção atual. Acontece que a expansão de terras cultiváveis e a criação de animais em condições adequadas não acompanhará este ritmo. A poluição dos mares e contaminação dos solos também deverá prejudicar a produção de alimentos.
Em uma série de reportagens, o jornal São Paulo Zona Sul não apenas está mostrando como contribuir para evitar a fome no planeta como também trazendo as discussões que envolvem o tema, mundialmente.

 

em 2050, população atingirá 9 bilhões de pessoas mas o ritmo de produção de alimentos não acompanhará este crescimento: novas tecnologias e atitudes de consumo precisam ser discutidas

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