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Urbanismo

Encontros discutem Plano Diretor do Parque do Ibirapuera

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Um Plano Diretor totalmente focado nas necessidades do espaço e, principalmente, nas visões e conceitos de seus usuários. Este foi o principal ponto destacado sobre os trabalhos realizados até o momento para a criação do Plano Diretor do Parque Ibirapuera. O encontro esta semana foi realizado na sede da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ), atraindo cerca de cem pessoas. O documento em construção contemplará todos os objetivos e metas indicados neste processo.

Após apresentação da arquiteta Tamires Carla de Oliveira, Coordenadora de Gestão de Parques e Biodiversidade (CGPABI) da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), com todos os dados obtidos nesta primeira etapa de oficinas, foi aberto o debate sobre os resultados do processo participativo. Foram registrados 15 depoimentos, além de outras 5 contribuições por escrito. Ela comentou a pesquisa digital em andamento, que obteve 47 respostas em apenas uma semana, e informou que essa pesquisa permanecerá aberta ao público até o dia 25 de agosto. Ela será complementada por pesquisa presencial junto aos frequentadores do parque, em datas a serem definidas.

Dentre os desdobramentos positivos, Tamires lembrou a formalização de uma Comissão Especial do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CADES), incumbida de traçar, até o final deste ano, as diretrizes para a construção dos Planos Diretores de todos os demais parques. Durante o último encontro do órgão, saiu resolução que reitera o que preconiza a lei: o protagonismo da SVMA e dos Conselhos Gestores na elaboração dos Planos Diretores dos Parques Municipais.

A exemplo do Ibirapuera, foram realizadas as oficinas com os Conselhos Gestores dos demais parques concessionados nesse primeiro lote de concessão: Jacintho Alberto, Eucaliptos, Tenente Brigadeiro Faria Lima, Jardim Felicidade e Lajeado. No caso do Lajeado, que não possui conselho gestor ativo, o trabalho foi realizado com o CADES, por sua proximidade com a comunidade. A SVMA já recebeu a devolutiva da maior parte deles. A agenda adotada para o Ibirapuera vale, portanto, para estas outras cinco unidades.

Próximos passos

Já estão definidas as futuras etapas. Além das pesquisas, serão realizados três fóruns temáticos, nos dias 8, 16 e 22 de agosto; duas audiências públicas agendadas, respectivamente, para os dias 14 e 24 de agosto. Já a consulta pública será realizada de 1º a 25 de agosto. Nesse momento, as minutas de todos os seis Planos Diretores dos parques que integram o 1º Lote de Concessão ficarão disponíveis ao público na plataforma do site de Gestão Urbana.

Todas as etapas já realizadas, segundo Tamires, apontam para um importante aspecto: o processo democrático das consultas. “O desafio é grandioso porque estamos falando de do Parque Ibirapuera. Embora a SVMA gere o equipamento, quem o utiliza é a população. Essa aproximação é importante para vermos como atuamos e compreender todos os limites a serem administrados. O grande envolvimento técnico multidisciplinar tornou todo o processo riquíssimo. Processo democrático é isso: ouvir as pessoas, dialogar e chegar a um senso através de debates, conversas, para as pessoas poderem falar o que pensam e sentem sobre aquilo. E isso não podemos perder.”

 

Construção democrática

A primeira atividade, realizada no dia 13 de julho teve como tema Projeto Paisagístico e Arquitetônico; Usos e Apropriações, reunindo 71 participantes. Os assuntos mais evidenciados foram a relação afetiva destes com o parque, preservação ambiental e cultural e o lago do espaço. A arquiteta Cássia Mariano propôs a elaboração de “mapas mentais” e detalhou o histórico do próprio parque.

Gestão Ambiental foi a discussão do dia 17 de julho reunindo mais de 100 fotografias feitas pelos 76 participantes. Em palestra sobre formas de gestão ambiental, o sociólogo André Luis de Moura Alcântara destacou a importância do engajamento da comunidade para a efetividade das políticas públicas voltadas para o meio ambiente. A oficina evidenciou sensações de paz interior, tranquilidade, insegurança, iluminação, sentimento de pertencimento, conservação e sinalização.

No dia 20 de julho, com o tema Serviços Ambientais, os 95 participantes fizeram uma caminhada preliminar e organizaram seis apresentações em grupo. Os assuntos mais evidenciados foram a acessibilidade, a diversidade de usos, a comunicação visual, a preservação dos recursos hídricos, a preservação da fauna, manutenção e melhorias de infraestrutura. Os técnicos da SVMA Helena Minchin (arquiteta), Heraldo Guiaro (engenheiro agrônomo), Luara Gratato e Juliana Summa (biólogas) apresentaram o diagnóstico do Ibirapuera nas áreas de jardinagem, herbário, fauna e administração do parque, sobrepondo os elementos naturais e usos e, assim, apresentando conflitos existentes no espaço.

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