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Urbanismo

Enchentes na Ricardo Jafet são antigas, mas este ano foi recorde, com 27 alagamentos

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Não dá nem para precisar quanto tempo e quanto já foi gasto no corredor de cerca de 6 quilômetros formado pelas avenidas Ricardo Jafet e Abraão de Moraes. Vale destacar que se trata de uma das principais entradas e saídas do município, que liga a capital ao litoral sul e cidades do ABCD paulista, além de ser uma via histórica: as margens do Ipiranga são cantadas no hino nacional, embora não sejam plácidas há muito tempo…

A Prefeitura informa que diferentes obras se revezaram por ali desde 1986 e consumiram mais de 115 milhões de reais. Mas, antigos moradores da região garantem que as intervenções se arrastam há meio século!

Enchente no córrego do Ipiranga em 1999. Embora o problema seja antigo, assim como as obras, segundo levantamento feito pelo Portal UOL, foi em 2011 que aconteceu o maior número de alagamentos na Ricardo Jafet: 27

O fato é que não há garantia de que o que está sendo feito – com nova promessa de encerramento para dezembro – vá eliminar os problemas. Enquanto isso, os moradores assistem a novos canteiros implantados, desta vez pela Sabesp, que investirá outros R$ 44 milhões no local para saneamento. Detalhe: o cronograma também está atrasado e várias interdições na pista e nas calçadas têm prejudicado o trânsito de pedestres e fluidez dos veículos.

Todos estes fatos foram relatados por moradores presentes à audiência. O único órgão técnico que compareceu para esclarecer dúvidas, entrentanto, foi o CGE. O engenheiro Hassam Barakat explicou como é feito o acompanhamento das enchentes no local. “São os marronzinhos que nos alertam”, disse ele, complementando posteriormente que informações trazidas por helicópteros das redes de tv, informações da imprensa, imagens de câmeras da CET e outras fontes também integram a base da CGE.

“Cidade precisa se adaptar às enchentes”

“Assim como outros países do mundo, que sofrem com tufões e terremos e se adaptaram a estas catástrofes naturais, a cidade de São Paulo terá que se adaptar às enchentes e fortes chuvas, fazendo obras para minimizar seus impactos”, decretou Hassam Barakat, engenheiro do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE-SP).

Ele ainda destacou o fato de que, com a impermeabilização da cidade, a situação se agrava. “A cidade sempre investiu em obras para a circulação de veículos, como a criação de avenidas e estradas asfaltadas, a transformação de jardins em quintais cimentados, a diminuição das áreas verdes na cidade”, disse. “Isto cria novos microclimas, que têm os ingredientes ideais para a formação das fortes chuvas de verão. É por isso que São Paulo deixou de ser a cidade da garoa”, concluiu.

“O fato é que estas obras se arrastam há anos, sem solução definitiva, sem prazo de conclusão certo; enquanto isso, a Prefeitura anuncia novas mega obras, como a extensão da Avenida Jornalista Roberto Marinho até a Rodovia dos Imigrantes, que consumirá mais de dois bilhões”, comentou a editora do jornal SP Zona Sul Ana Coluccio. “O desinteresse da Prefeitura pela obra e pela situação da população vizinha é demonstrado pela ausência neste encontro”, avaliou.

O vereador Aurélio Nomura se comprometeu a não simplesmente convidar representantes da Secretaria de Infra-Estrutura Urbana e da Sabesp para que compareçam a uma próxima audiência. “Vamos fazer uma convocação”, disse ele, prometendo que tentará agilizar o encontro para julho, mas como é mês de férias escolares, ponderou que possivelmente ocorrerá só em agosto…

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