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Problemas na região

Enchentes e o papel de cada um de nós

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As chuvas de verão tiveram início e com elas as cheias em diversos pontos da cidade, que está cada vez mais impermeabilizada. A prefeitura anunciou uma série de medidas para prevenir os problemas, mas a população também pode colaborar.

Existe um cenário que se repete de forma quase religiosa todo início de ano. Junto com as chuvas de verão, típicas desta época, chegam as enchentes que, invariavelmente, provocam mortes e prejuízos à população de diversas cidades brasileiras, entre elas São
Paulo.

É fato notório que nada pode ser feitopara evitar as chuvas, pois se trata de um fenômeno da natureza sobre o qual o homem não tem o menor controle. Mas, com toda a certeza, existem diversas medidas que podem ser colocadas em prática para tentar minimizar os seus efeitos, muitas vezes catastróficos.

Uma prova nesse sentido foi dada por Fernando Haddad, prefeito eleito de São Paulo. Apenas um dia após tomar posse, ele reuniu parte de seus secretários para estabelecer um plano e anunciar 16 ações para a prevenção de enchentes. As medidas começam com a limpeza mais frequente – passarão de bimestrais para quinzenais – dos ramais, galerias e bocas de lobo nos locais de maior risco; passam pela permissão, no período de enchentes, do deslocamento de equipes entre as regiões das subprefeituras para atender situações de emergência e/ou demanda acumulada; e chegam até o monitoramento e a limpeza manual e/ou mecânica dos córregos de maior incidência de chuva, evitando os pontos de estrangulamento. O conjunto de ações foi amplamente divulgado pela mídia na primeira semana de janeiro.

A iniciativa de Haddad repercutiu positivamente junto a especialistas, como o geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, que foi diretor de Planejamento e Gestão do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e é autor do livro “Enchentes e Deslizamentos: Causas e Soluções”. Em recente artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, ele elogiou as medidas e destacou que as enchentes têm ocorrido com maior frequência e intensidade basicamente por uma razão – aumento significativo do volume de águas de chuva, em tempos sucessivamente menores, para um sistema de drenagem – córregos, rios, bueiros, galerias, canais – progressivamente incapaz de lhe dar a devida vazão.

E, em meio a esse contexto, há um fator determinante para o agravamento dos problemas – a extensiva impermeabilização do espaço urbano. Como a maior parte do solo é revestida, as águas das chuvas seguem diretamente para os rios, córregos, bueiros, galerias e canais que, com capacidade de escoamento cada vez menor, transbordam.

O geólogo propõe em seu artigo uma união de forças entre os governos estadual e municipal para resolver essa questão, onde ao primeiro caberiam medidas estruturais, voltadas a dotar os rios de maior capacidade de vazão e, ao segundo; medidas não estruturais, voltadas a recuperar a capacidade do espaço urbano em reter águas de chuva. Mas há um ponto que precisa ser destacado.

De nada adianta o Poder Público empreender esforços para prevenir enchentes se a população não contribuir. O descarte irregular dos mais diferentes tipos de resíduos no passeio público tende a agravar os problemas e, infelizmente, não são raros os casos de pessoas que jogam entulho, móveis como sofás e colchões e até mesmo geladeiras e fogões em vias públicas. Também não é raro encontrar algum desses objetos em rios e córregos.

Independentemente do local, no entanto, o fato é que esse tipo de ato reflete negativamente por toda a cidade. A população conta com duas maneiras para dar um destino correto a esses materiais. Uma delas é levá-los a um dos Postos de Entrega Voluntária (PEV) que a prefeitura dispõe em diversos pontos da cidade. Outra é entrar em contato com entidades assistenciais que retiram os objetos no local, o reformam e depois vendem.

Igualmente prejudiciais são os casos de pessoas que, sem o menor senso de civilidade, destroem equipamentos públicos ou privados destinados à manutenção da limpeza urbana, como lixeiras e caçambas, espalhando o seu conteúdo no passeio público. Nos casos em que as empresas de limpeza urbana, de coleta ou varrição, ainda passarão pelo local, há tempo hábil para retirar a sujeira. Mas, se o serviço já foi prestado, o material tende a atrair roedores e outros vetores de doença. A EcoUrbis, por exemplo, é responsável pela coleta de resíduos domiciliares em toda a Zona Sul e na maior parte da Zona Leste. De segunda a sábado, os 219 caminhões compactadores da concessionária e mais de 2,1 mil profissionais percorrem as ruas da capital recolhendo aproximadamente 7 mil toneladas de resíduos todos os dias. Em cada uma das ruas o caminhão passa em um horário pré- estabelecido, que pode variar um pouco em função do trânsito. O ideal é que cada cidadão coloque o lixo devidamente acondicionado na calçada no máximo 2 horas
antes de o caminhão passar, especialmente nesse período de chuvas.

Para checar qual o horário que o caminhão da EcoUrbis passa em sua rua, basta acessar o site www.ecourbis.com.br e digitar o endereço completo.

Se todo mundo contribuir, com certeza São Paulo será uma cidade cada vez melhor.

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