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Urbanismo

Em reunião com moradores no Sítio da Ressaca, início da Operação Água Espraiada é confirmado

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Praça no bairro é fechada por tapumes para construção de poço de ventilação dos túneis que ligarão Avenida Roberto Marinho à Imigrantes

A imprensa não foi avisada, nem mesmo toda a população diretamente envolvida com a área onde será implantada a Operação Urbana Água Espraiada, no Jabaquara. Apenas os moradores do entorno da praça Serafi na Giancoli Vicentini, nas proximidades de onde será construído um “respiro” dos túneis que ligarão a Rodovia dos Imigrantes com a Avenida Jornalista Roberto Marinho, foram convidados a participar de uma reunião para avisar sobre o início das obras. A praça, aliás, já deixou de ser uma praça e se transformou em um cercado de tapumes.

O encontro aconteceu na semana passada, dia 21 de maio, e contou com a presença de representantes da diretoria da SP Obras, do subprefeito de Jabaquara, Dirceu de Oliveira Mendes, do chefe de gabinete da Subprefeitura, Wander Geraldo da Silva (veja também matéria ao lado). Questionada, a Subprefeitura informou que a proposta é promover novos encontros, sempre nas redondezas de onde novos canteiros forem implantados, de forma paulatina. O objetivo seria esclarecer dúvidas específicas de cada área, além de evitar encontros com grande número de participantes. A Subprefeitura do Jabaquara também aponta que as desapropriações específicas e detalhes da obra estão sendo apresentados por trecho, assim não há como antecipar respostas para moradores de outros bairros que serão afetados.

A Operação Urbana Água Espraiada é considerada uma das maiores obras previstas para a cidade e tem importância na viabilização de uma das promessas de campanha do prefeito Fernando Haddad, que é a implantação do Arco do Futuro. O projeto estabelece a valorização de áreas ao longo das avenidas Cupecê e das Marginais, de forma a incentivar a geração de empregos e desenvolvimento urbano fora do centro da cidade. Dessa forma, Haddad pretende reduzir as demandas em transporte público além de reduzir as desigualdades sociais e urbanísticas da cidade.

Entretanto, a Operação Urbana ainda gera muita polêmica. Aprovada na gestão Marta Suplicy, a obra foi promessa não cumprida de todas as gestões seguintes. O ex-prefeito Gilberto Kassab aprovou, em seu mandato, uma alteração no traçado, que representará também um significativo aumento no custo do projeto. Como a interligação viária será feita por longos túneis, o custo previsto triplicou e, além disso, o número de desapropriações também cresceu: cerca de 1400 imóveis serão derrubados em bairros que nem estavam na área originalmente integrante da Operação nas regiões de entrada e saída dos túneis, na Vila Fachini e no Jardim Aeroporto, além da criação de poços de ventilação para os túneis, em bairros como o Sítio da Ressaca.

Durante a campanha, o atual prefeito Fernando Haddad, em visita ao bairro, prometeu rever a obra, por conta da polêmica criada com o aumento das desapropriações e também pelo custo. Entrentanto, ainda em dezembro, o ex-prefeito Gilberto Kassab já anunciava o início formal das obras, muito embora a comunidade vizinha não tenha constatado nenhum trabalho na região.

A SP Obras diz que a imprensa não foi comunicada, porque ainda não havia informações específicas, já que se tratava de encontro para

falar sobre ruído, sujeira e outros transtornos que possam vir com a obra.

Com relação às promessas de rever a obra, a empresa aponta que, “por ser uma Operação Urbana, qualquer mudança deve vir através de legislação pertinente, que deve ser aprovada pela Câmara dos Vereadores”. Acrescenta que “as Operações Urbanas só são postas em prática depois dos recursos, negociados em Bolsa, estarem disponíveis”.

SP Obras promete minimizar transtornos ao redor de Praça Serafi na Giancoli Vicentini

A praça Serafina Giancoli Vicentini já está recoberta por tapumes. Árvores estão sendo removidas da região onde serão construídos poços de ventilação, com a promessa de que muitas serão transferidas para outras vias da região e de que haverá compensação ambiental: para cada exemplar removido, outros dez serão plantados.

A SP Obras diz que 20 imóveis já foram desapropriados e estão vazios, mas seriam apenas áreas destinadas a construção de moradias populares. No total, 46 áreas serão desapropriadas para construir 4 mil unidades habitacionais que abrigarão famílias removidas das favelas existentes ao longo do córrego Água Espraiada.

Durante a reunião, a SP OBras também garantiu à vizinhança que equipes de engenheiros estão vistoriando construções no entorno, para prevenir futuros danos aos imóveis e garantir segurança à população vizinha.

A empresa ainda garantiu que o projeto prevê proteção acústica e que será implantado um coletor tronco de esgoto no córrego. Ainda de acordo com a SP Obras, as construtoras precisarão apresentar um plano de tráfego a ser obedecido durante a fase de obras, para minimizar o impacto causado por caminhões, máquinas e outros veículos que executarão as obras.

As empreiteiras também deverão reforçar o asfalto e fazer reparos em vazamentos ou outros danos no pavimento, além de limpar as vias rotineiramente.

A SP Obras implantará um estande no local para atendimento à população e esclarecimento de dúvidas, entretanto ainda não há precisão de horário ou endereço exato deste posto de informações.

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4 Comentários

1 Comentário

  1. Walter - Próx. Saboya

    5 de junho de 2013 at 18:22

    Vejam que interessante: Um prefeito novo, de um partido que já administrou a cidade de São Paulo anteriormente, mas que não tomou as rédeas da situação. Muitos moradores dos bairros da Vila Fachini e Jardim Aeroporto, serão prejudicados com esta obra totalmente desnecessária.

    O prefeito atual mostrou que não tem força, para impedir o mal uso do dinheiro público. Essa obra está totalmente errada. Deveria seguir a lei criada pela ex-prefeita Marta Suplicy do PT. Uma avenida em superfície e não em forma de tunel. Os moradores dos bairros mais atingidos devem se unir, devem cobrar do atual prefeito uma resposta a altura, e não ficar aceitando tudo passivamente calado.

    A cidade de São Paulo não precisa de mais um tunel. Tunel só serve pra carros e caminhões e mais nada. Sai mais caro, tem que haver iluminação diuturna, ventilação constante, controle de poluição interna, não pode transitar pedestres, bicicletas, etc…

    Vejam como os nossos grandiosos administradores pensam. O importante não é o cidadão. O importante não é como o dinheiro do contribuinte vai ser gasto. O importante é, o dinheiro não é nosso, vamos fazer de qualquer jeito sem consultar ninguém. E dá nisso. Uma obra totalmente desnecessária e prejudicial ao cidadão. Prioridade do carro = 100. Prioridade do cidadão e da comunidade = 0.

  2. Roberto

    17 de junho de 2013 at 19:04

    Moro na Vila Facchini e não vejo a hora destas obras começarem, assim posso decidir se reformo minha casa ou se aguardo desapropriação pois na prefeitura nunca informam nada… nem na sub prefeitura nem no centro.

  3. Walter - Próx. Saboya

    29 de junho de 2013 at 9:53

    Como assim, “posso decidir se reforma minha casa”??? A sua casa não pode ser reformada. Se a obra continuar como está, prevista pelo Kassabobão, pode ter certeza que a sua casa vai para o chão em 3 tempos. Não sobrará pedra sobre pedra. Esqueça essa história de “Não vejo a hora destas obras começarem”. Elas vão começar, mas quando e como, ninguém sabe.

    O que se sabe é que, o atual prefeito Fernando Haddad, está numa sinuca de bico. Ele não tem força política para impor a sua vontade, e está deixando o barco correr, já que a obra não é dele, não é de interesse dele, porque não se vê ele falar um “A” sobre ela, e ele não está nem aí para o que vai acontecer. Ele cumprindo promessas de campanha dele, antes de ser prefeito, pra ele estará ótimo. De resto, é cada um por sí, cada um que se salve. E saí de baixo, porque vai cair na cabeça de quem ficar embaixo da casa… ha ha ha ha ha ha ha!!!!

  4. Greice Noronha

    5 de julho de 2013 at 11:13

    Fomos informados que esta obra foi alterada e que não usarão mais o espaço da praça. Porém, a praça já foi destruída!!!! E agora como faremos? Irão devolver todas as árvores arrancadas??

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