Ecourbis
É preciso reduzir o volume de resíduos

Quando pagamos a conta de abastecimento donméstico de água, na verdade pagamos também pelo esgoto gerado. Assim, se uma família consome, por exemplo, 10 metros cúbicos de água, pagará também pelos 10 metros cúbicos de esgoto gerados a partir desse volume consumido de água.
Uma lei federal aprovada em 2020, chamada Marco Legal do Seneamento Básico prevê que os cidadãos passem a se responsabilizar, de forma parecida, pelos resíduos gerados em ambiente doméstico.
Qual o volume de “lixo” que sua família gera? Vai tudo para o aterro ou ao menos é feita a separação daquilo que pode ser reciclado, ocupando menos espaço e reaproveitando os materiais por meio da coleta seletiva?
E se cada ser humano passasse a ser responsabilizado pelos resíduos que gera – seja por meio de cobrança de um valor ou pela necessidade de encaminhar cada item após o consumo? Quantos resíduos cada pessoa em sua família já gerou ao longo da vida?
Claro que são perguntas impossíveis de se alcançar uma resposta objetiva, mas elas podem nos fazer refletir sobre o futuro, sobre a necessidade de ter mais controle do resíduo gerado.
Essa reflexão pode contribuir para proteção da natureza e também para garantir uma cidade mais limpa, saudável, bonita, verde… e até mais economia doméstica. Responda algumas perguntas e modifique atitudes a partir desse ano novo
1. Descarto corretamente?
A preocupação com a geração de resíduos deve ser de todos que moram na casa – inclusive das crianças.
Em geral, crianças de todas as idades já se habituam ao conceito de reciclável na escola, mas estenda essa compreensão ao ambiente doméstico.
Mantenham um recipiente para armazenar os recicláveis em que elas possam descartar um pote de plástico, uma caixinha de papel, um caderno do ano anterior.
Além de estimular todos os moradores da casa a participar, é importante não colocar volume excessivo nos sacos e fechá-los corretamente. Isso vale tanto para os recicláveis quanto para os resíduos comuns.
Os serviços de coleta seletiva e coleta comuns são prestados, nas zonas sul e leste da cidade, pela concessionária Ecourbis Ambiental, mas em datas e horários diferentes, com equipes separadas. Por isso, é essencial conferir o cronograma de cada uma delas no site https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html: basta colocar seu endereço ou CEP na plataforma para obter as informações.
A partir delas, coloque os sacos de lixo comum e recicláveis apenas nos respectivos dias de coleta, com no máximo duas horas de antecedência para evitar que sejam levados pela enxurrada em dias de chuva ou rasgados por animais.
2. Quanto “lixo” geramos?
A cidade de São Paulo conta com ótima infraestrutura para coleta seletiva e tradicional de lixo. Além das equipes diferenciadas para cada serviço, há Central Mecanizada de Triagem dos Recicláveis, coleta específica de resíduos de saúde e posterior tratamento adequado, centros de transbordo, aterro sanitário para a destinação final ambientalmente adequada.
Mas, aterros sanitários têm vida útil limitada e para que essa capacidade de armazenamento seja ampliada é essencial que a população envie para lá menos resíduos.
E isso se faz essencialmente de duas formas: separando os recicláveis para que tenham novos usos futuros e reduzdindo o volume de resíduos enviados diariamente.
É essencial, portanto, estar atento permanentemente à quantidade de resíduos que geramos cotidianamente.
Nas recentes festas de fim de ano, o que sua família encaminou para a coleta? Houve separação das embalagens de presentes para reciclagem? As caixas de mantimentos também? Houve muitas sobras de alimento enviadas para o lixo comum?
Comprar o necessário, congelar porções para aproveitamento futuro, utilizar até mesmo cascas, sementes e folhagens dos alimentos, tudo isso gera economia doméstica e ainda contribui para ampliar a vida útil do aterro sanitário.
3. Quais os tipos de resíduos?
Para efetivamente contribuir com a limpeza urbana, é importante ter consciência, ou seja, se preocupar com a proteção ambiental e com a participação cidadã. E também é essencial ter informações.
Em princípio, é preciso entender o conceito de “lixo”. Essa palavra carrega um conceito que atrapalha a compreensão das responsabilidades individuais.
O que consideramos lixo? Nada do que descartamos desaparece depois que é feita a coleta. Ocupa espaço em aterros, provoca poluição ou tem necessidade de encaminhamento e processamento correto para não trazer danos ao meio ambiente..
Então, esses resíduos, sobras podem ser classificados assim:
– Rejeitos: são aqueles resíduos que não podem ser reciclados, nem reaproveitados, nem compostados, ou seja, precisam apenas ter uma disposição final ambientalmente adequada”. Sujeira de varrição, papel higiênico, fralda, absorvente feminino, fio dental, papeis com óleos ou molhos, chiclete, algodão, fita adesiva…
– Resíduos orgânicos: São os restos de comida, frutas, legumes ou verduras, cascas de ovos, restos de plantas, sacos de chá e borra de café com filtro, materiais que podem ser compostados etc.
– Recicláveis: São materiais que, processados, podem voltar à economia ou como matéria prima ou como novos itens. Plástico, papel, vidro e metal.
Há também os resíduos especiais e que não devem ser encaminhados nem para reciclagem nem no lixo comum. Lixo eletrônico, remédios, lâmpadas, além de produtos químicos. Nesses casos, procure os fabricantes para saber o descarte correto ou entregue de volta nos pontos de venda.
4. Estou jogando dinheiro fora?
Toda vez que uma porção de arroz cozido é jogada fora, isso significa que houve gastos de água e energia na produção e transporte desse produto, na compra, no cozimento e esse custo será pago por você. Há também o custo ambiental, inclusive da ocupação de aterros sanitários.
Vale também destacar que todas as embalagens levadas para casa fazem parte do custo do produto. Reciclar – ou recusar quando não podem ser recicladas como no caso de celofane e isopor – evita o desperdício.
A reciclagem, aliás, é responsável pelo sustento de mais de 800 mil pessoas em todo o país. Assim, para não haver desperdício do custo dos recicláveis e ainda colaborar com a geração de renda de pessoas e famílias inteiras em situação de vulnerabilidade social, separar os materiais deve ser encarado como responsabilidade social e econômica coletiva.
5. Posso fazer doações?
Uma das formas de reduzir a geração de resíduos e também de praticar o compartilhamento sustentável é fazendo doações. Dessa forma, a vida útil dos produtos é estendida, garantindo melhor aproveitamento dos recursos naturais usados pela indústria, além de oferecer a possibilidade de uso por outras pessoas ou por instituições que podem revendê-los em bazares beneficentes. Isso vale para equipamentos elétricos e eletrônicos, roupas, calçados, brinquedos, utilidades domésticas, móveis.
Um alerta, entretanto: só doe aquilo que estiver em ótimo estado de conservação. Nada de repassar roupas rasgadas ou sujas, equipamentos defeituosos, brinquedos quebrados, móveis desgastados.
6. O que faço com inservíveis?
Mas, se alguns objetos – especialmente volumosos – não são mais passíveis de uso ou conserto, como fazer o descarte correto? Móveis de madeira, colchões, sofás devem ser levados aos ecopontos da cidade ou entregues às equipes de Operação Cata Bagulho, ambos serviços gratuitos oferecidos na capital. Para saber o cronograma da operação ou os endereços dos ecopontos, visite prefeitura.sp.gov.br.
Os ecopontos também recebem restos de material de construção, no limite de um metro cúbico por dia, gratuitamente. Funcionam inclusive aos domingos e feriados
