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Doria e Bolsonaro mantêm disputa pelo GP Brasil de Fórmula 1

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A disputa pelo Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 continua colocando em confronto o presidente Jair Bolsonaro e o governador paulista João Doria. Essa semana, os dois tiveram reuniões com o Diretor-executivo (CEO) Mundial da Fórmula 1, Chase Carey. O evento é considerado um dos mais rentáveis e que mais atrai turistas para a cidade de São Paulo.

O presidente, entretanto, defende a transferência da Fórmula 1 para o Rio de Janeiro, em autódromo ainda a ser construído em terreno do Exército. “Nós não perderemos a Fórmula 1. O contrato vence ano que vem com São Paulo e eles resolveram voltar ao Rio de Janeiro. [São] 99% de chance, de termos a Fórmula 1 a partir de 2021 no Rio de Janeiro. Obviamente, as consequências positivas da Fórmula 1 aqui são muito boas”, disse o presidente essa semana, após o encontro com Chase Carey.

O representante da Fórmula 1, entretanto, não confirmou. Em encontro no dia seguinte com o governador João Doria e o prefeito Bruno Covas, Carey disse que a decisão ainda será tomada e que está em negociação a cidade-sede do torneio. Ele disse que, neste momento, está engajado em conversas tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo para encontrar a melhor solução para a corrida no Brasil. Carey afirmou que o torneio continuará ocorrendo no país.

“Como vocês podem ver pelo depoimento dele, não há uma decisão tomada da Fórmula 1. Eu lamento frustrar o presidente [Jair] Bolsonaro da interpretação de que 99,5% da decisão está tomada. A decisão não está tomada”, disse o governador. Doria informou que foi montado um grupo de trabalho com representantes do governo e da prefeitura que irá se reunir com representantes da F1. “ A ideia a priori é planejar 20 anos, como um objetivo, ou seja, de 2021 para os próximos 20 anos do ponto de vista de São Paulo”, disse o governador.

Doria ainda ironizou o fato de que o Rio de Janeiro sequer conta com autódromo. Efetivamente, os organizadores já afirmaram que o único autódromo Nivel 1, ou seja, capacitado para receber a Fórmula 1, é o de Interlagos. O governador criticou também a região onde se encontra o terreno de Deodoro, que receberia as obras para o novo autódromo. Segundo Doria, só é possível chegar lá “a cavalo”.

Chase Carey destacou que, para a Fórmula 1, o mercado brasileiro tem uma “enorme importância”. O CEO avaliou que as provas em Interlagos sempre foram as mais interessantes do campeonato.
Em maio, Bolsonaro já havia causado polêmica ao garantir que estava certa” a transferência da Fórmula 1 para a capital carioca em 2020”, pois a pista seria construída em apenas sete meses. Depois disso, entretanto, Prefeitura de São Paulo, Governo do Estado e os próprios organizadores da Fórmula 1 desmentiram o presidente, confirmando que o contrato, que prevê a realização do GP na capital paulista até 2020, seria cumprido.

Analistas políticos avaliam que a disputa entre Doria e Bolsonaro antecipa o cenário eleitoral de 2022, quando é provável que ambos se confrontem na campanha pela presidência do país.

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