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Dilma Roussef é reeleita presidenta, mas eleitorado local preferia Aécio Neves
Na totalização dos votos do país, a presidenta Dilma Roussef (PT) alcançou a maioria dos votos válidos, com 51,68% dos votos contra 48,36% do opositor, Aécio Neves (PSDB). Na região, entretanto, o candidato tucano teve maioria absoluta, ultrapassando em alguns bairros a marca de 86% dos votos.
A maior diferença se verificou na Zona Eleitoral de Indianópolis, que inclui bairros como Moema e Campo Belo. Ali, os votos em Aécio chegaram a 86,53% do total, contra 13,47% de Dilma Roussef.
Mesmo no distrito em que a diferença entre os dois adversários políticos era menor, ainda assim o tucano venceria por larga vantagem. No Jabaquara, Aécio alcançou 67,88% da preferência contra 32,13% de Dilma Roussef.
Na Vila Mariana, Aécio teve votos de 82,22% dos eleitores contra 17,78% da petista. Na Saúde, 82,94% preferiam o tucano como presidente enquanto 17,06% respaldaram a decisão da maioria do eleitorado nacional. No vizinho distrito do Ipiranga, o candidato do PSDB chegou a 69,16% dos votos contra 30,83% da atual presidente.
Na média da cidade, Dilma também não alcançou a preferência: enquanto Aécio chegou a 63,81% dos votos, Dilma ficou com os 36, 19%. Em números absolutos, isto significa que Aécio era o candidato preferido por 4.135.795 eleitores da capital. Já outros 2.345.795 eleitores ficaram felizes com o resultado final das urnas.
Na região, o número de eleitores que comemoraram a reeleição da presidente fica em torno de 190 mil pessoas.
O resultado das urnas só foi conhecido por volta de 20h30 do domingo, por conta do horário de verão e do fuso horário no país.
A diferença entre o horário de São Paulo e o estado do Acre foi era de três horas e, como estava proibida a divulgação de números de pesquisas ou resultados parciais da apuração antes do fechamento total das urnas no país, a divulgação só teve início quando a totalização estava próxima ao final.
Por volta de 20h, Dilma já estava à frente, resultado que se confirmou meia hora depois.
O PSDB, entretanto, decidiu, na noite de ontem (30), entrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido de auditoria especial do resultado da eleição presidencial.
Em nota divulgada à imprensa, o partido diz que tem “absoluta confiança” de que o tribunal garantiu a segurança do pleito, mas pretende tranquilizar eleitores que levantaram, por meio das redes sociais, dúvidas em relação à lisura da apuração dos votos.
O PSDB pede que o TSE crie uma comissão formada por integrantes dos partidos políticos para fiscalizar todo o processo eleitoral, desde a captação até a totalização dos votos.
O partido não pede a recontagem dos votos.
Presidenta garante que ouviu clamor por mudanças
Em seu primeiro discurso após o resultado das urnas, a presidenta reeleita Dilma Rousseff falou em união e reformas. Negou que o país esteja dividido e pediu paz entre todos. “Conclamo, sem exceção, todas as brasileiras e brasileiros a nos unirmos em favor de nossa pátria, de nosso país, do nosso povo. Não creio que essas eleições tenham dividido o país. Entendo que elas tenham mobilizado ideias e emoções, às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca por um futuro melhor para o Brasil”, disse.
A presidenta disse também que entendeu o recado das urnas sobre a necessidade de mudanças. “O caminho é muito claro. Algumas palavras e temas dominaram essa campanha. A palavra mais repetida, mais falada, foi mudança. O tema mais amplamente convocado foi reforma. Sei que estou sendo reconduzida para ser a presidenta que irá fazer as grandes mudanças que a sociedade precisa”, disse.
Segundo a presidenta, a primeira reforma que ela buscará será a política. Dilma disse que vai procurar o Congresso Nacional para conversar, assim como movimentos da sociedade civil. Ela voltou a insistir na necessidade de um plebiscito para “dar força e legitimar” a reforma.
“Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política. Deflagrar essa reforma, que é de responsabilidade do Congresso, deve mobilizar a sociedade por meio de um plebiscito, de uma consulta popular. Somente com um plebiscito nós vamos encontrar a força e a legitimidade para levar adiante este tema. Quero discutir isso com o novo Congresso eleito. Quero discutir igualmente com os movimentos sociais e as forças da sociedade civil.”
Em seguida, Dilma voltou a prometer empenho no combate à corrupção. “Terei um compromisso rigoroso com o combate à corrupção, fortalecendo os mecanismos de controle e propondo mudanças na legislação para acabar com a impunidade, que é a protetora da corrupção”, disse Dilma.
Na área econômica, a presidenta disse que vai promover “com urgência” ações localizadas na economia para a recuperação do ritmo de crescimento com a manutenção de empregos e da renda dos trabalhadores. O combate à inflação também será uma prioridade, segundo ela. “Vou estimular, o mais rápido possível, o diálogo e a parceria com todos os setores produtivos do país”, disse. Por fim, Dilma disse que hoje está “muito mais forte, mais serena e mais madura” para a tarefa que lhe foi delegada.