Ecourbis
Cuide dos resíduos e preserve a água

São Paulo é a maior cidade da bacia hidrográfica do Alto Tietê. Além dos rios mais conhecidos, o próprio Rio Tietê, o Pinheiros e Tamanduateí, existem milhares de quilômetros de afluentes, córregos e aquíferos, que contribuíram para a configuração da metrópole e possibilitam a manutenção da vida natural no município. Em sua maioria atualmente escondidos no subsolo, os córregos e rios foram desenhando a cidade ao longo das décadas de povoamento.
Na semana passada foi celebrado o Dia Mundial da Água – 22 de março – e uma importante reflexão está justamente ligada à preservação desses cursos d’água na cidade. Cuidar da geração e destinação correta dos resíduos têm estreita relação com a recuperação de rios e córregos atualmente poluídos ou assoreados, ou seja, que têm no fundo tantos detritos que, além de poluídos, estão mais sujeitos a transbordamento e alagamentos em seu entorno. O Dia Mundial da Água foi instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro.
A escolha da celebração está ligada à necessidade de alertar a população mundial para o crescente desafio da escassez de água em diversas regiões do planeta, além de ressaltar a relação direta entre a preservação dos recursos hídricos e a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável.
1. Atenção nos dias de chuva
A geração excessiva de lixo e o descarte incorreto podem levar à poluição dos corpos d’água, uma vez que resíduos sólidos em geral, plásticos e outros materiais podem ser levados pelas chuvas para galerias pluviais, atingir rios, represas e córregos ou até mesmo atingir mares e oceanos.
Além de contaminar a água e prejudicar a fauna e a flora aquáticas, o acúmulo de lixo em áreas urbanas pode obstruir drenagens, aumentando o risco de enchentes, que também afetam a qualidade da água, comprometendo inclusive a saúde dos habitantes da cidade.
A educação ambiental e o engajamento em políticas de reciclagem são passos importantes nessa direção. É preciso sempre estar atento aos serviços de coleta de resíduos – comum e reciclável. Em dias de chuva, atenção redobrada.
Dessa forma, evita-se que os sacos sejam abertos ou rasgados, que os resíduos sejam levados pela enxurrada. Para saber a data e o horário em que a coleta reciclável e comum acontecem na rua onde mora, basta acessar www.ecourbis.com.br e clicar na aba “Horário da Coleta”.
A concessionária Ecourbis Ambiental é a responsável pelos serviços de coleta comum e reciclável nas zonas sul e leste da cidade. Os recicláveis são encaminhados a cooperativas conveniadas à Prefeitura e, além da importância de esse material voltar à economia na forma de novos produtos, ainda gera renda para centenas de famílias de catadores envolvidos no processo.
2. Não descarte na água
A preservação dos mais de 200 cursos d’água da cidade de São Paulo – ou a sua recuperação, já que muitos deles estão poluídos – depende diretamente da conscientização da população sobre o descarte de resíduos.
E, sim, é essencial não descartar nada em vias públicas, nem um papel de bala nem entulho ou objetos velhos em esquinas. Comum, infelizmente, é também ver esse tipo de descarte ilegal nas margens de córregos, onde comumente são vistos colchões, sacos de lixo com todo tipo de resíduo, aparelhos quebrados etc. Vale ressaltar que são crimes ambientais, passíveis de multas que podem chegar a 25 mil reais.
Mas há outros erros cometidos rotineiramente por moradores da capital. Usar o vaso sanitário como “lixeira” e descartar sobras de comida, óleo e outros resíduos pela pia ou tanque também.
Quando o óleo é descartado de forma inadequada, ele pode solidificar e obstruir os encanamentos, que exigem serviços de desentupimento, aumentando os custos de manutenção do sistema de esgoto e gerando até interdições no tráfego para conserto das tubulações subterrâneas. Além disso, claro, o óleo contamina os corpos d’água.
Quanto aos resíduos jogados nos vasos sanitários, muitos não são biodegradáveis e também podem causar bloqueios nas tubulações, além de sobrecarregar as estações de tratamento de esgoto. Cabelos removidos de escovas, por exemplo, se juntam ao óleo e formam crostas nas paredes desses tubos muito difíceis de serem removidos.
Também devem ir para o saco de lixo comum resíduos como fraldas e absorventes, papel higiênico, hastes de plástico, embalagens plásticas…
Para o óleo de fritura, há atualmente diversas alternativas de descarte. Coloque as sobras em garrafas pet e procure na internet ongs que fazem a coleta para transformar em sabão. Algumas empresas de venda de gás de botijão também fazem essa coleta e encaminham para transformação ou descarte correto.
3. Saúde pública
O descarte correto de resíduos é fundamental para a saúde pública. Recentes pesquisas têm mostrado inclusive que a falta de saneamento básico, as ligações clandestinas de esgoto e a falta de acesso à água potável aumentam consideravelmente os atendimentos na rede pública de saúde.
Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil na semana passada, a falta de saneamento básico provocou mais de 340 mil internações no país no ano passado e aumentou consideravalmente a pressão sobre o número de atendimentos na rede básica do Sistema Único de Saúde, o SUS.
É bem verdade que na cidade de São Paulo já há uma infraestrutura de coleta, separação de resíduos e aterramento do lixo que evitam boa parte desses problemas. Mas, ainda é preciso maior conscientização e engajamento da população.
Além de não despejar nada incorretamente pelas ruas, também é preciso estar sempre atento ao próprio quintal. Não acumule coisas em casa. Doe tudo que estiver em boas condições de uso e descarte aquilo que já não tem mais utilidade.
Não deixe garrafas, tonéis, pneus, latas e potes, especialmente em áreas descobertas e que podem acumular água da chuva. No ano passado, todo o país e também a cidade de São Paulo sofreram com uma explosão de casos de dengue. A doença se espalha com a proliferação do mosquito Aedes aegipty, vetor que se reproduz em água acumulada nesse tipo de recipiente.
Objetos que acumulam água podem ser descartados em ecopontos. No site prefeitura.sp.gov.br procure pelos endereços desses pontos de descarte, que já totalizam mais de 100 em diferentes bairros da capital e abrem para o público poder fazer descartes de entulho e “bagulhos” (inservíveis) até mesmo aos domingos e feriados.
As garrafas de vidro podem também ser descartadas em Pontos de Entrega Voluntária de vidros. São contêineres amarelos com essa indicação, instalados em praças, canteiros centrais e outros pontos da cidade, num total que ultrapassa 300 endereços.
4. Aterro é fundamental
Diferente de outras cidades no país onde ainda existem “lixões” a céu aberto, a capital paulista conta com aterros. Alguns já tiveram sua capacidade esgotada e hoje são monitorados para garantir a saúde do solo.
O Centro de Tratamento de Resíduos Leste, em Sapopemba, recebe as mais de 7 mil toneladas de resíduos geradas pela população que reside nas zonas sul e leste. Entrou em operação em novembro de 2010 e garante a destinação final ambientalmente adequada, ocupando uma área total de 171,8 hectares, destinados à implantação do aterro sanitário, faixa de proteção ambiental, restauração de áreas internas remanescentes, estação de captação e queima de biogás, balança e unidades de apoio operacional.
Assim, o morador da capital só precisa garantir que os resíduos que gera em ambiente doméstico cheguem até lá. Além de conferir o horário e data de cada tipo de coleta – comum e seletiva, é preciso acondicionar corretamente os resíduos. Use um saco de lixo resistente e amarre bem, sem ocupar a capacidade total. Separar os recicláveis também ajuda muito, já que o volume destinado ao aterro é menor e garante maior vida útil ao empreendimento.
Importante apontar, quando se fala em preservação das águas, que no ano passado foi instalada uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) no Aterro Sanitário CTL – Central de Tratamento de Resíduos Leste. O novo equipamento utiliza sistemas de tratamentos físicos, químicos e biológicos para garantir que o chorume gerado no aterro sanitário tenha uma carga orgânica menor. Dessa forma, o tratamento nas estações da Sabesp passará a ser realizado em condições ainda mais adequadas. A geração de chorume é um processo natural, que ocorre a partir da decomposição da matéria orgânica.
