Consumo de tabaco cai, mas uso de álcool é alto entre jovens

O IBGE divulgou esta semana, estudo preocupante com relação aos jovens brasileiros. Mas o quadro ainda é melhor, com relação às drogas ilícitas, do que o verificado em países desenvolvidos.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, mostra que 7,3% dos mais de três milhões de estudantes do nono ano já usaram algum tipo de entorpecente. Na Europa, uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde mostrou que 17% dos adolescentes com 15 anos já fumaram maconha. Nos Estados Unidos, este número sobe para quase 30%.

Pesquisa com estudantes do último ano do Ensino Fundamental revela que cerca de 15 mil consumiram crack. O uso de drogas ilícitas cresceu 1,2% em três anos. Em contrapartida, caiu percentual de alunos que experimentam cigarros.

Cerca de 15 mil estudantes do nono ano do Ensino Fundamental de escolas públicas e privadas brasileiras fumaram crack pelo menos uma vez em 2012. Os jovens têm entre 13 e 15 anos de idade. O número de alunos que consomem drogas cresceu 1,2% em três anos.

A psiquiatra e especialista em dependência química da ABEAD (Associação Brasileira do Estudo do Álcool e outras Drogas), Ana Cecília Marques, afirma que os números são alarmantes.

“A mistura álcool e cocaína produz uma substancia ainda mais toxica que cada uma separadamente, um coquetel que pode lesar o tecido nervoso. A maconha, parte do coquetel, dificulta ainda mais o processo de desintoxicação e recuperação.

As três subiram no ranking, sinal de que estamos perdendo a guerra. Ressalto que o impacto no cérebro do adolescente, é imprevisível e pode gerar inúmeros problemas, bem mais graves que em um adulto”, alerta a psiquiatra.

Enquanto o uso de drogas ilícitas entre alunos do nono ano do Ensino Fundamental cresceu, o consumo de tabaco apresentou queda.

Os dados do IBGE revelam que o número de alunos que fumaram pelo menos uma vez nas capitais caiu de 24%, em 2009, para 22%, em 2012.

O consumo de álcool se manteve estável, mas também é preocupante. 71% dos adolescentes já experimentaram bebidas alcóolicas e 21% já ficaram embriagados. A pesquisa do IBGE mostrou ainda que a forma mais comum de obter bebidas alcoólicas é em festas e as meninas bebem mais do que os meninos. Por outro lado, eles compram mais bebidas nos supermercados.

Como a média de idade dos adolescentes é de 14 anos, a venda de bebidas alcóolicas para os estudantes é proibida por Lei.

Outro comportamento que contraria a legislação é o hábito de dirigir. Mais de 800 mil alunos, 27% do total, admitiram ter dirigido carros nos 30 dias anteriores à pesquisa.

Na região

Na região, existe um Centro de Atendimento Psico Social da Prefeitura, para casos de dependência: o CAPS Alcool e Drogas do Jabaquara fica na Praça Barão de Japurá, 1 – Jabaquara. – FONE: 5011-1583

Ideal, entretanto, é buscar um primeiro atendimento em Unidades Básicas de Saúde.

É possível também buscar apoio para conseguir se livrar do vício em tabaco ou do álcool.

O serviço é disponível na Unifesp (Rua Botucatu, 740 – telefones: 5576-4000 e   5576-4460) e no Caps Ad Vila Mariana  (Av. Ceci, 2101  – Planalto Paulista).

O IAMSPE – Hospital  Do Servidor Público, naAv. Ibirapuera, 981 tem serviços do mesmo tipo.