Transporte
Como serão os trens da Linha Ouro?
Novas linhas de metrô, pela agilidade e conforto no transporte, sempre criam grande expectativa na população que mora na capital. Mas, em geral, essa expectativa vem acompanhada de frustrações com atrasos nas obras. E no caso da Linha 17- Ouro, essa frustração vem se reforçando, especialmente porque quando as obras tiveram início a promessa do Governo do Estado era de que o modelo do transporte, em monotrilho suspenso, era mais rápido e barato de ser construído.
O fato é que a Linha prometida para a Copa no Brasil de 2014 não foi concluída nem para a Copa de 2018 e talvez não fique pronta pra Copa do Qatar 2022 – mesmo sendo esse um campeonato que vai acontecer, diferente dos outros mundiais da Fifa, só em dezembro…
Também frustra o fato de que a conexão da nova Linha Ouro com a linha 1 – Azul, na estação Jabaquara, está engavetada.
Na sexta-feira passada, 25, o Governo do Estado apresentou novidades sobre o projeto. Houve uma apresentação online do que será o primeiro trem da linha. Em videoconferência, o governador João Doria mostrou imagens diretamente da China, onde o maquinário de transporte sobre trilhos é fabricado.
“A China é um dos nossos maiores parceiros comerciais. Este trem apresentado é uma solução inovadora e que foi desenvolvido especialmente para a Linha 17-Ouro do Metrô, que será uma das mais modernas e mais eficientes de São Paulo”, afirmou.
A composição é chamada de cabeça de série e serve de referência técnica para a fabricação de outras 13 que vão atender a futura linha. O monotrilho vai ligar o Aeroporto de Congonhas à rede de transporte sobre trilhos, mas apenas às linhas Esmeralda (CPTM) e LIlás (metrô).
O trem exibido na videoconferência está na fábrica da empresa BYD, na cidade chinesa de Shenzhen, e deve chegar a São Paulo até o fim do ano. Cada composição será formada por uma cabeça de série e cinco vagões.
Elas operam com tração elétrica, sustentadas por pneus que andam sobre vigas de concreto de 80 centímetros de largura. O funcionamento pode ser totalmente automático, sem necessidade de operador, com a utilização do sistema UTO (Unattended Train Operator).
Cada trem terá 72 assentos e capacidade de transportar cerca de 600 pessoas em condições confortáveis. Contará também com passagem livre entre os cinco carros, sistema de ar-condicionado e câmeras de monitoramento com gravação de imagens.
A construção da Linha 17-Ouro foi retomada pela atual gestão estadual, após a rescisão de contratos parados e novas contratações. As obras em andamento são finalização da via do monotrilho, construção do Pátio de Manutenção Água Espraiada e acabamento de sete das oito estações. A estação Morumbi, última deste trecho em construção, já foi concluída.
A Linha 17-Ouro terá 8,3 km de extensão total – incluindo trechos de manobras e pátio –, com oito estações que vão do Aeroporto de Congonhas à estação Morumbi da CPTM e conexão às linhas 5-Lilás e 9-Esmeralda.
A promessa atual é de que a inauguração aconteça no final desse ano de 2022.