Siga-nos

Ecourbis

Como o lixo vai parar no mar?

Publicado

em

ecourbis

Muita gente acha que o lixo que boia nos oceanos, por todo globo terrestre, é resultado da sujeira deixada nas praias ou levada por barcos e navios. Mas, não é bem assim. O que você faz aqui no meio da metrópole, que sequer tem praias, vai impactar nos oceanos e na qualidade de vida marinha em todo o planeta.

Primeiro, é importante ressaltar que a maior parte desses resíduos é formada por plásticos, que poderiam ser reciclados em vez de estar ali. Um estudo publicado há um ano pela revista científica Nature Sustainability mostrou que 80% do material que contamina as águas do planeta é composta por plástico – são 150 milhões de toneladas, quantidade que pode dobrar até 2050 se nada for feito. 

E há também resíduos têxteis, borracha, metal, vidro, papel e madeira processada. Ou seja, também materiais que poderiam ser reciclados ou ter destinação correta garantida por tecnologias e em espaços já existentes.

Muito plástico nos mares

Um estudo recente do Instituto de Oceanografia da USP trouxe outros números surpreendentes. O levantamento foi apresentado no final de junho  na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que aconteceu em Lisboa, e mostrou qual o caminho percorrido pelo plástico até chegar no mar. E a maior parte não é de descartáveis deixados por barzinhos à beira mar…

Quase 70% desse lixo vêm pelos rios. E, no Brasil, a maior parte dos resíduos de plásticos é resultante de apenas oito cidades do país – entre elas, São Paulo.

Outro número impressionante: um terço de todo plástico usado no Brasil não vai para reciclagem e nem para os aterros, ou seja, é descartado incorretamente e, dessa forma, pode acabar nos oceanos. São quase 3,5 milhões de toneladas a cada ano, com cada brasileiro gerando cerca de 16 quilos de resíduos plásticos a cada ano!

Mas, como esse lixo vai parar nos rios e, depois, nos mares e oceanos? A capital paulista tem todo um sistema de coleta de resíduos e destinação correta a aterros sanitários, além de triagem de recicláveis e venda do material gerando renda para cooperativas de catadores.

O problema está justamente no material descartado incorretamente pela população. Os resíduos que são jogados nos córregos e rios, o material reciclável que é embalado incorretamente ou abandonado pelas ruas, o “lixinho” displicentemente jogado pelas calçadas ou da janela dos veículos, os restos plásticos jogados em pias e privadas domésticas…

Assim, é essencial seguir algumas dicas simples para contribuir na preservação de nossos oceanos. 

Acondicionar corretamente

A primeira e mais importante dica é muito simples e fácil de ser cumprida: embale bem seu lixo e coloque-o na rua apenas duas horas antes da coleta.

Não use sacolas muito frágeis ou fáceis de rasgar, não coloque objetos pontiagudos dentro do saco de lixo (seringas, espetos, cacos de vidro) sem proteção, amarre corretamente.

No dia da coleta seletiva, evite colocar os recicláveis apenas dentro de uma caixa – o ideal é sempre usar uma embalagem fechada, um saco bem amarrado. Não precisa separar por tipo de material (plástico, papel limpo, vidros e metais) – isso será feito pelas cooperativas de catadores ou pelos equipamentos da Central de Triagem Mecanizada Carolina Maria de Jesus, operada pela concessionária Ecourbis Ambiental.

A Ecourbis é a responsável tanto pela coleta seletiva quando pela tradicional nos distritos das zonas sul e leste da capital.

Horário ideal

Depois de embalar corretamente, há outra preocupação: conferir a data e horário correto que o caminhão da coleta vai passar em sua rua. E também da coleta seletiva.

Colocar o lixo no dia certo, apenas duas horas antes da coleta é uma atitude que evita que o saco de lixo seja vandalizado, aberto por catadores clandestinos, rasgado por animais em busca de comida ou mesmo levado pela água em dias de fortes chuvas.

Aliás, isso vale especialmente para os recicláveis, mais leves e que atraem interesse de catadores não oficiais.

Para saber a data de cada tipo de coleta, basta acessar: www.ecourbis.com.br/coleta/index.html.

Descarte no lugar certo

Está tomando um caldo de cana que comprou na feira e foi fornecido num copo de plástico descartável? Na hora de jogar fora, encontre uma lixeira oficial, nunca jogue na rua ou deixe em canteiros de árvores.

Já reparou na sujeira muitas vezes deixada depois de shows ou eventos em áreas públicas? A Prefeitura promove a limpeza da área, assim como acontece diariamente com a varrição de ruas e limpeza de bueiros, mas sempre pode acontecer de algum material já ter atingido as galerias subterrâneas e acabar em rios. 

Bitucas de cigarro têm plástico em sua composição, além de outros materiais contaminantes, sabia? E elas são facilmente levadas pelas chuvas ou ventos para bocas de lobo que, por sua vez, acabam atingindo rios e finalmente mares.

Sacolinhas plásticas devem ser usadas com parcimônia, sempre. Use apenas para embalar corretamente seus resíduos domiciliares, priorizando as verdes para material reciclável e as cinzas para material orgânico, ou seja, o lixo comum.

Não jogue hastes de plástico (cotonetes), fraldas, absorventes, cabelos e outros resíduos nos vasos sanitários, ralos de chuveiros ou pias.

Da mesma forma, nunca despeje nenhum tipo de resíduo nas beiras de córregos, lagos e rios.

Reduza o plástico

É inegável que o plástico faz parte de nossas vidas e traz praticidade, comodidade e economia. No entanto, há um excesso no uso cotidiano que precisa ser repensado.

Precisamos de mexedores de café descartáveis, de plástico? O cafezinho da empresa não pode ser consumido em canecas de porcelana individuais? O canudinho é realmente essencial?

Cuidado também com plásticos de difícil reciclagem – é o caso do isopor, por exemplo, atualmente tão usado na compra de legumes, frutas, frios, carnes, na forma de bandejinhas. Elas são mesmo necessárias? Embora haja tecnologia para reciclar o isopor, na prática esse processo raramente acontece porque o material é muito leve e não compensa o processo – nem para os catadores e nem para a indústria.

Há também plásticos que não são recicláveis: cabos de panela, tomadas, adesivos, espuma, teclados de computador, telefones e outros itens de informática, celofanes, papéis plastificados e papéis fotográficos, além de acrílicos estão na lista.

Assim, evite esses produtos, prefira consertar um teclado do que comprar um novo, compre colchões e estofados com boa durabilidade. A indústria de produção de esponjas de limpeza tem apresentado alternativas para a devolução desses itens para que possam ter destinação correta – informe-se junto às marcas que consome.

Advertisement
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados