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Como melhorar a limpeza pública urbana?

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reciclagem

Com o fim dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, alguns cenários japoneses podem ficar na mente e trazer ensinamentos. Se já nos habituamos a ver o povo de lá recolhendo lixo em estádios esportivos, agora com as imagens da capital Tóquio algumas outras lições podem se destacar. A cidade é extremamente limpa, não se vê uma bituca de cigarro ou papel pelo chão. O mais intrigante é: também não se veem lixeiras ou papeleiras. Como a cidade pode ser tão limpa se não há lixeiras?

Porque os japoneses já compreenderam que o lixo que cada cidadão produz é de responsabilidade dele mesmo. Assim, ao abrir um chocolate na rua, comprar um refrigerante em copo descartável ou fumar um cigarro, o morador de Tóquio sabe que precisa carregar aquele resíduo até sua casa, onde fará o descarte correto.  E ainda haverá separação daquilo que é ou não reciclável.

Se no Japão, a educação ambiental e cultura foram suficientes para que esses hábitos ficassem arraigados na sociedade, outros países do mundo optaram por multas e outras penas para quem descarta lixo incorretamente.

Em Austin, no Texas (Estados Unidos da América), a pessoa que descartar lixo ou entulho nas ruas pode pagar multas de até 500 dólares – ou cerca de R$ 2.500 reais. Esse valor pode subir para 10 mil dólares – ou 50 mil reais – quando o resíduo foi deixado por empresas ou se houve qualquer finalidade comercial no despejo irregular.

Em Londres, na Inglaterra, além das multas para quem é flagrado jogando lixo na rua, há até previsão de prisão para quem abandonar um veículo  nas ruas, além de multas que podem ultrapassar 17 mil reais.

Engajamento

A cobrança de taxas, impostos e multas sempre foi uma ferramenta para despertar a atenção da população para os danos que o descarte irregular de lixo pode trazer às cidades. Ao mesmo tempo, esses recursos podem financiar os altos custos da limpeza pública, fazendo com que pesem mais sobre os cidadãos que não contribuem para manter a cidade limpa.

O engajamento da sociedade, de qualquer forma, é sempre essencial para a destinação correta do lixo e, ao mesmo tempo, desenvolver uma economia mais justa, menos agressiva ao meio ambiente.

Foi assim em países como Holanda, Alemanha, Singapura, Hong Kong (que é um território autônomo, com legislação própria) e outras nações. São países que conseguiram evoluir na coleta seletiva, na reciclagem, na redução do desperdício ao mesmo tempo em que educaram seus cidadãos sobre a importância de não jogar lixo na rua, dos altos custos da varrição e da melhor qualidade de vida proporcionada por um ambiente urbano preservado e sem sujeira.

Também há várias ações pelo planeta incentivando a produção a partir da reciclagem e reaproveitamento de materiais, reduzindo a cobrança de impostos nesses itens que voltam à economia, gerando economia tanto no processo industrial, quanto para o consumidor final.

Em países como a Holanda, a separação de recicláveis e sua devolução nos pontos de venda – em um processo sem custo de coleta ou limpeza pública – gera descontos nas compras futuras. É similar ao antigo hábito de devolução de vasilhames, em que o consumidor sabia que há um custo naquela embalagem de refrigerante.

No Brasil

O Brasil ainda engatinha no conceito de responsabilidade compartilhada. Agora em agosto, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, PNRS, chegou aos 11 anos sem que muitos de seus preceitos estejam em prática.

Basicamente, a ideia é de que a responsabilidade pela geração e destinação do lixo é compartilhada: cidadãos, poder público e empresas.

As empresas precisam se responsabilizar pelos produtos que se transformam em resíduos sólidos urbanos – como as embalagens diversas dos itens que levamos para casa – e o poder público precisa prestar serviços de coleta e destinação.

Mas e o cidadão comum? Tem também várias obrigações. Não sujar a cidade, acondicionar corretamente o lixo doméstico e colocá-lo no dia e horário corretos, separar os recicláveis são ações básicas e que deveriam ser cotidianas e naturais para todos.

Participar da coleta seletiva, por exemplo, é um hábito muito simples e fácil de concretizar e que ainda tem resistência de boa parte da população. Basta separar papel, plástico, metal e vidro, acondicioná-los todos em um único saco reforçado e colocar para coleta no dia e horário corretos. Para checar, acesse www.ecourbis.com.br/coleta/index.html.

A concessionária Ecourbis é a responsável pelos serviços de coleta domiciliar tradicional e seletiva nas zonas sul e leste da cidade. Gerencia a Central Mecanizada de Triagem Carolina Maria de Jesus, em Santo Amaro, além de fazer o monitoramento e a operação de aterros sanitários como o Central de Tratamento de Resíduos Leste, em Sapopemba, para onde são destinadas 7 mil toneladas diárias de lixo doméstico. A empresa executa ainda a coleta e destinação correta de resíduos de saúde em Unidade de Tratamento específica.

Tecnologia

A cidade e o país, entretanto, podem avançar mais nas políticas de reaproveitamento, reciclagem, redução da geração de lixo e controle da sujeira pelas ruas, prolongamento da vida útil de seus aterros.

A tecnologia pode ser aliada nesse desafio, especialmente com incentivo ao compartilhamento. Compartilhar informações, compartilhar objetos em vez de comprá-los, compartilhar o uso de carros, bicicletas…

O consumo consciente também tem na tecnologia uma forte aliada. Pelas redes sociais, por exemplo, pode-se cobrar das empresas o respeito ao consumidor e a oferta de embalagens retornáveis. E valorizar iniciativas – sejam elas individuais, de instituições, do poder público ou de empresas particulares – que representem essa nova forma de pensar o mundo.

Espelhar-se em ações e programas de reciclagem desenvolvidos mundo afora pode modificar, principalmente, nosso conceito de responsabilidade. Cada família, cada indivíduo, cada empresa podem adotar atitudes que fazem a diferença na limpeza pública, na proteção à natureza e até mesmo em maior respeito aos consumidores.

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