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Cultura

Cinemateca tem mostra do Cinema Novo

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O Cinema Novo é considerado o mais importante movimento do cinema brasileiro até hoje. Retrata não apenas ideais e estilo dos cineastas, como todo um período de transformações atravessadas pelo país, cultural, social e industrialmente.
Agora, uma mostra na Cinemateca traz à tona todo este clima em filmes bastante elogiados pela crítica. O evento que já está em andamento e fica até meados de junho reúne filmes daquele grupo de cineastas ainda muito jovens, influenciados por filmes como Rio 40 graus, de Nelson Pereira dos Santos e O grande momento, de Roberto Santos, pela nouvelle vague, e atentos à movimentação cultural que acontecia,
A programação acompanha os filmes iniciais do movimento, como o coletivo Cinco vezes favela, a consagração de Os fuzis, de Ruy Guerra e Deus e o Diabo na terra do sol, de Glauber Rocha, passando pelos filmes sobre a classe média urbana sob o regime militar em O desafio, de Paulo César Saraceni, Terra em transe, de Glauber Rocha, O bravo guerreiro, de Gustavo Dahl e Vida provisória, de Maurício Gomes Leite, as obras alegóricas do final da década de 1960 Brasil ano 2000, de Walter Lima Jr., Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade e Os herdeiros, de Carlos Diegues, até os filmes mais íntimos do início da década de 1970, como A casa assassinada, de Paulo César Saraceni e S. Bernardo, de Leon Hirszman.
A mostra apresenta 53 filmes, diversos deles raramente exibidos, como os primeiros trabalhos dos cineastas ligados ao movimento: Pátio, primeiro curta de Glauber Rocha, uma obra experimental interpretada por Helena Ignez; O poeta do castelo e O mestre dos Apipucos, dois curtas de Joaquim Pedro de Andrade acerca do trabalho de Manoel Bandeira e Gilberto Freyre respectivamente; Arraial do Cabo, obra inaugural de Paulo César Saraceni, dirigido em parceria com o fotógrafo Mário Carneiro; os marcos do cinema baiano Bahia de todos os santos, de Trigueirinho Neto, A grande feira e Tocaia no asfalto, de Roberto Pires.
Cópias restauradas anteriormente pela Cinemateca, e ainda inéditas em São Paulo, de filmes como Câncer, de Glauber Rocha, S. Bernardo, de Leon Hirszman, Brasil ano 2000, de Walter Lima Jr., Os cafajestes, de Ruy Guerra e O padre e a moça, de Joaquim Pedro de Andrade, também compõe a programação.
Também estão presentes na mostra filmes raros como Gimba, presidente dos valentes, de Flávio Rangel, Ganga Zumba, A grande cidade e Os herdeiros, de Carlos Diegues, O grito da terra, de Olney São Paulo,entre outrosPara ampliar a experiência promovida pela mostra, o Centro de Documentação e Pesquisa da Cinemateca apresenta ao público um conjunto de materiais raros de seu acervo referentes à produção dos filmes, à sua divulgação e repercussão, e a outros aspectos do movimento cinemanovista.
Os roteiros, desenhos de filmagem e cartazes originais evidenciam os percursos criativos das obras, enquanto os materiais de imprensa e os livros atestam a repercussão mundial do Cinema Novo. Um conjunto de cartas, textos e anotações registra os diálogos, os projetos, as tensões, a colaboração e o afeto entre os cineastas.
A seleção de fotografias mostra cenas marcantes dos filmes protagonizadas por grandes atores
A programação completa está disponível no site www.cinemateca.com.br. A Cinemateca fica no Largo Senador Raul Cardoso, 207, próximo ao Metrô Vila Mariana. F: 3512-6111 (ramal 215). A entrada é gratuita e a exposição pode ser conferida de terça e quarta das 10h às 18h; quinta a domingo das 10h às 21h.

 

Deus e o Diabo na Terra do Sol: clássico integra a mostra

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