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Cinema

Cinemateca: drama segue, com indefinição do futuro

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Um filme de final indefinido, uma série de várias temporadas ou uma novela? A situação da Cinemateca Brasileira continua indefinida e se assemelha a uma produção cinematográfica complexa, cheia de reviravoltas e indefinições e que não se sabe se haverá um final feliz.

Na disputa entre os representantes do Governo Federal e a direção da entidade, há novos capítulos todas as 21semanas. Dessa vez, de acordo com a Revista Época, a Sociedade Amigos da Cinemateca surgiu no cenário, dispondo-se a fazer a manutenção do espaço até que haja uma solução definitiva. Representantes da Secretaria de Cultura, comandada pelo ator Mario Frias e ligada ao Ministério do Turismo, teria ficado de estudar o tema e promover um encontro com os representantes.

Nas últimas semanas, a despeito de protestos dos funcionários, moradores do entorno e pessoas do setor, houve demissão em massa. A fundação Roquete Pinto, antiga gestora do espaço e que tenta desde o ano passado negociar com o Governo Federal, decidiu demitir todos os 52 funcionários, que já estavam sem receber salários há meses.

Antes, representantes do Governo Federal haviam ido à sede da Cinemateca, na Vila Mariana, para tomar posse das chaves do local, acompanhados de força policial.

A indefinição fez o Ministério Público também entrar nessa história. Desde julho, o MPF entrou com ação para que a União viabilize a gestão e a preservação da Cinemateca, diretamente ou por meio de entidade privada, destinando ao órgão o orçamento já previsto para 2020 – de R$ 12,2 milhões.

Segundo o órgão, desde o fim do ano passado, a instituição, localizada na capital paulista, está abandonada pelo governo federal, sem receber nenhuma ajuda financeira, depois que o contrato de gestão com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp) se encerrou e não foi renovado. O impasse, fruto de decisão arbitrária do Ministério da Educação, tem colocado em risco obras audiovisuais de valor incalculável.
O MPF pede que o contrato com a Acerp seja mantido emergencialmente por um ano, a contar (retroativamente) de 1º de janeiro de 2020, considerando que a sua não renovação contrariou recomendações técnicas da própria administração federal.

A falta de verbas tem resultado em uma série de problemas graves. A instituição já possui quatro faturas de energia elétrica em atraso e também não tem dinheiro para arcar com os pagamentos devidos a empresas terceirizadas. Por conta disso, os serviços de segurança, de brigada de incêndio e de manutenção do sistema de refrigeração já estão suspensos. A situação é preocupante já que a Cinemateca pode perder ou ver danificado todo o seu acervo caso ocorra um corte de energia ou uma falha no ar condicionado.

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