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Trânsito

Ciclistas já aproveitam conexão entre ciclovias Domingos/Jabaquara

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Basta trafegar por alguns quarteirões do corredor formado pela Avenida Jabaquara e Domingos de Morais para vê-los: os ciclistas já usam a ciclofaixa que ainda está em processo de pintura e sinalização.

A obra faz parte da implantação da Ciclovia Domingos de Morais. Em trecho inicial, a ciclovia segue pelo canteiro central, de forma segregada – ou seja, separada da pista dedicada aos carros – entre a avenida Lins de Vasconcelos e a Rua Sena Madureira. Depois, segue de forma mista – ocupando a pista e o canteiro central, dali até a conexão com outra ciclofaixa que já existia, na Avenida Jabaquara, a partir da Alameda das Boninas.

O jornal São Paulo Zona Sul vinha questionando o Colégio Marista Arquidiocesano, responsável pela execução do projeto, sobre a implantação do trecho, já que só eram visíveis as obras estruturais nas ilhas centrais, mas ainda não havia indicação dos trechos em pista, não segregados. Nos últimos dias, a pintura aconteceu em ritmo acelerado.

Uma das grandes dúvidas era sobre o traçado em frente ao Metrô Santa Cruz onde há um canteiro de flores. Ali, muitos acreditavam que a ciclovia continuaria segregada, mas não é o que foi implantado. Nesse trecho, a pista desvia para a faixa de rolamento, com as duas pistas de um único lado, no sentido bairro centro.

“O ciclista precisa sair do asfalto, subir e pedalar no canteiro por cerca de 150 metros e depois descer para o asfalto do outro lado da avenida. Não seria mais fácil manter a ciclofaixa inteira no mesmo lado da avenida?”, questiona Thomas Wang, do coletivo Bike Zona Sul.

“Se a estrutura for linear, é mais fácil para os ciclistas pois evita curvas que podem causar acidentes devido ao espaço de manobra ser pequeno. Uma opção melhor seria fazer a ciclovia monodirecional com uma faixa de largura por toda avenida, dos dois lados dela. Ambas sugestões foram dadas na audiência pública sobre a Rua Domingos de Morais em março de 2018, mas nenhuma delas foi incluída na obra”, lamenta Wang.

O projeto da ciclovia passou por diferentes audiências e teve também que passar por reformulação antes que as obras fossem iniciadas. Embora bancado pelo Colégio, o projeto viário é definido pela Companhia de Engenharia de Tráfego, a CET.

“Entendemos que existem critérios técnicos para projetar a ciclovia, mas será que a opção criada é realmente a melhor para os ciclistas e estamos felizes em ver a ciclovia se tornando realidade após cinco anos de insistência nossa e dos ciclistas”, pondera. “Mas após tanto tempo de espera, nossas expectativas eram maiores…”

Ele ainda critica o fato de a ciclofaixa não ocupar toda a largura da faixa de rolamento. “Infelizmente, mesmo nas ciclovias que estão sendo feitas, a CET ainda comete o erro de incluir a sarjeta como “área útil”. Temos a impressão de que não foi projetada dando preferência aos ciclistas”, conclui.

Ele tem razão ao apontar que a pista será muito usada. Já nessa primeira semana, foi surpreendente ver o movimento de ciclistas – em especial entregadores de aplicativos e autônomos – circulando nas pistas, ao longo de todo o trecho.

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