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Meio ambiente

Campanha demonstra que “não é melhor sobrar do que faltar”

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Todo mundo tem alguma mania, mas nem todas elas são inofensivas. Entre os hábitos ruins, alguns chegam a ser citados em ditos populares, como “melhor sobrar do que faltar”. Pensando nisso, o WWF-Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO lançaram a campanha “Mania de Desperdício”.

O objetivo principal é conscientizar as pessoas para que desperdicem menos alimentos. Há várias ações digitais paralelas, com posts em redes sociais, e é possível até se cadastrar em aplicativo de celular para receber uma dica por dia para não deixar alimentos estragarem na geladeira e na despensa, ou mesmo para não deixar sobrar nada no prato.

Outras dicas visam a calcular a quantidade de comida comprada não só para o cotidiano, mas também para o planejamento de encontros, festas, eventos.

Reunindo vários dados sobre o desperdício de alimento no mundo, as entidades ainda convidam seus usuários a participarem do Desafio “Uma Mania a Menos”.

O desafio tem duração de 10 dias e os interessados devem cadastrar o e-mail para receber as missões diárias, que trarão dicas de como deixar a mania de desperdício de alimentos de lado e adotar hábitos de consumo mais sustentáveis. Para participar, acesse o site www.semdesperdicio.org.

A Mania de Desperdício também alerta que o desperdício é um hábito, muitas vezes, impensado e inocente, mas com fortes consequências para o meio ambiente, para a sociedade e inclusive para o orçamento familiar.

“O desperdício de alimentos pode ser um grande problema ambiental. A estimativa é de que 3,3 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 que estão aquecendo o planeta são atribuídos a perda e desperdício de alimentos”, comenta Edegar Rosa, coordenador do programa Agricultura e Alimentos do WWF-Brasil.
Para Gustavo Porpino, analista da Embrapa, a campanha contribui para despertar o interesse da sociedade por um tema com implicações sociais, econômicas e ambientais. “O desperdício na etapa de consumo é o mais danoso em termos de perdas de recursos financeiros e naturais. Quando o alimento é descartado no final da cadeia, perdem-se também todos os esforços de pesquisa, insumos e investimentos logísticos necessários para produzir e levar o alimento até o consumidor”, enfatiza. “Desperdiçar também significa reduzir as possibilidades de enfrentamento da insegurança alimentar”, complementa.

O agrônomo Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil, enfatiza que o combate ao desperdício de alimentos é prioritário para a organização e deve estar presente na agenda de todos os governos. “Não é possível que em um mundo onde ainda exista mais de 745 milhões de pessoas passando fome, o desperdício de alimentos seja tão alto e representativo. A mudança de hábitos de consumo deve ser estimulada”, ressalta. Reduzir o desperdício de alimentos pela metade até o ano de 2030 é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aprovados pelas Nações Unidas em 2015. Pesquisa mais recente da FAO, focada nos países da América Latina e Caribe, estima que 28% das perdas ocorrem na etapa de produção e outros 28% são perdidos no consumo.

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