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Brasil aumenta geração de resíduos e ainda recicla pouco

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Os números da geração de resíduos no Brasil e também da destinação – ou falta dela – continuam impressionantes. Embora a capital paulista já esteja bem mais adiantada no que se refere à coleta, destinação adequada em aterros e capacidade de reciclagem, a situação por aqui é grave no que se refere à quantidade de lixo gerada.

Nesse início de novembro, foi divulgado o Panorama dos Resíduos Sólidos, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), tradicional levantamento sobre a geração e destinação dos resíduos em todo o país. Novamente, o Brasil é o maior gerador da a América Latina: foram 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, um aumento de pouco menos de 1% em relação ao ano anterior. Desse montante, 92% (72,7 milhões) foram coletados – uma alta de 1,66% em comparação a 2017, o que mostra que a coleta aumentou num ritmo um pouco maior que a geração. Apesar disso, 6,3 milhões de toneladas de resíduos ficaram sem ser recolhidos nas cidades.

“Os números mostrados no panorama colocam o Brasil numa posição muito abaixo de outros países que estão no mesmo nível de renda do Brasil. Precisamos de medidas urgentes para avançar em direção a melhores práticas de gestão de resíduos sólidos”, disse o presidente da entidade, Carlos Silva Filho.

Os resíduos sólidos urbanos abrangem o “lixo doméstico” e a limpeza urbana – coletados nas cidades pelos serviços locais.
A tendência de crescimento na geração de resíduos sólidos urbanos no país deve ser mantida nos próximos anos. Estimativas realizadas com base na série histórica mostra que o Brasil alcançará uma geração anual de 100 milhões de toneladas por volta de 2030.

Em São Paulo, são geradas 20 mil toneladas por dia de resíduos sólidos, mas todo esse volume é corretamente encaminhado a aterros ou centrais de triagem e cooperativas que recebem material reciclável. Mas, no país todo, estima-se que 29,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos seguiram para lixões.

De acordo com o estudo, há um contingente considerável de pessoas que não são alcançadas por serviços regulares de coleta porta a porta: 1 em cada 12 brasileiros não tem coleta regular de lixo na porta de casa. O país utiliza o aterro sanitário como forma de disposição ambientalmente correta (59,5% do volume coletado).

Entretanto, mais de 3 mil municípios ainda destinam seus resíduos para locais inadequados.

A estagnação ou o retrocesso de alguns índices é potencializado pela falta de recursos destinados para custeio dos serviços de limpeza urbana que, em 2018, registrou queda de 1,28% de investimentos.
Considerando países com a mesma faixa de renda (países de média-alta renda, segundo classificação do Banco Mundial), o Brasil apresenta índices bastante inferiores, pois a média para destinação adequada nessa faixa de países é de 70%.

Participação

A Abrelpe enfatiza que a coleta seletiva está distante de ser universalizada, e que os índices de reciclagem estão estagnados há quase uma década. Para a entidade, enquanto o mundo fala em economia circular e alternativas mais avançadas de destinação/reaproveitamento de resíduos, o país ainda registra lixões e precisa lidar com um problema de comportamento da população: o brasileiro ainda está aprendendo a jogar lixo no lixo e a fazer a separação do resíduo com potencial de reciclagem.
“O cidadão precisa estar conscientizado da necessidade de separar o lixo dentro de casa e a grande maioria da sociedade brasileira não está”, avaliou.

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