Restaurantes
Bares e restaurantes buscam minimizar perdas com coronavirus
A Abrasel divulgou neste domingo (15) um vídeo com o posicionamento da Associação sobre o impacto econômico da propagação do coronavírus no setor de alimentação fora do lar e orientações para que bares e restaurantes trabalhem para minimizar perdas, além de propostas para o governo (federal e estaduais) fornecedores e entidades e outras empresas da cadeia produtiva.
Para o presidente-executivo da entidade, Paulo Solmucci, o desafio é garantir que clientes de bares e restaurantes possam conviver em um ambiente de segurança. “Buscamos conhecer as melhores práticas adotadas em todo o mundo de medidas que julgamos necessárias e suficientes neste momento para o enfretamento do vírus. A mais importante, sob o ponto de vista do salão, é a redução do número de mesas. A Abrasel está sugerindo que se reduza um terço dessas mesas para assegurar que a distância entre cadeiras ocupadas seja no mínimo um metro. Ou que a distância entre as mesas sem as cadeiras seja de dois metros”, diz.
Solmucci também esclareceu que a Abrasel está em diálogo com os governos (federal e estaduais) e com grandes empresas para que haja um escalonamento no horário de almoço em todo o país. Funcionaria assim: ao invés das empresas liberaram todos os seus funcionários no mesmo horário – por exemplo às 12h para o almoço – haveria três turnos de almoço: o primeiro às 11h30, outro às 12h15, e o terceiro a partir das 13h. “Com isso o setor, mesmo reduzindo a sua oferta, garantirá a capacidade de todos que buscam se alimentar”, defende Solmucci.
Redução do impacto econômico
A Abrasel também está bastante empenhada junto as autoridades do governo federal, dos estados, Sebrae e empresas da iniciativa privada, em obter decisões que possam reduzir os danos ao setor de alimentação fora do lar. “Manter o nosso quadro de funcionários e pagar nossos custos poderá ser mais difícil do que é hoje. Por isso iremos sugerir ao governo algumas medidas. Dentre elas a suspensão temporária de pagamento de impostos e o parcelamento em momento futuro que o governo possa arcar com parte do salário e esse valor ser descontado mais à frente dos nossos impostos, de maneira que não haja desemprego. Além disso buscaremos a criação e o acesso a linhas especiais de crédito. Temos certeza que o governo federal e os estaduais estão bastante sensíveis para a situação diferenciada do nosso setor que é formada por um conjunto enorme de pequenas e médias empresas que não tem a capacidade da grande empresa de financiar e buscar recursos para superar este momento”, pontua o presidente da Abrasel.
O que fazer neste contexto
A Abrasel também apresentou medidas para a rotina de bares e restaurantes. A entidade fez uma grande coleta de informações e buscou entender o que poderia sugerir para melhorar, dentro das boas práticas de gestão, o dia a dia durante a propagação do vírus. Para Solmucci, o mais importante nesse momento é buscar conversar com os nossos fornecedores, esticando o prazo de pagamento, reduzindo o prazo de recebimento de vouchers, tíquetes, cartões de crédito e entendendo que esse esforço ajuda o fluxo de caixa”.
O segmento de delivery deve aumentar exponencialmente. “Uma importante negociação é trabalhar numa redução, mesmo que temporária, das taxas que pagamos a essas empresas, as negociações com as grandes empresas, seja de bebidas, de energia, de delivery, de meios de pagamento, serão apoiadas e estimuladas pela Abrasel em todo o país. Vamos também pedir apoio ao governo para essas negociações. Mas a negociação individual, a conversa individual, a sensibilização de cada um de vocês para todos os nossos fornecedores da necessidade de atuarmos juntos de ter uma solidariedade da grande empresa de ter acesso ao capital, mais facilidade em suportar esses momentos é fundamental. Temos, amigos, confiança absoluta na liderança do nosso país”, diz Solmucci.
Por fim, a Abrasel reconhece de maneira muito especial o excelente trabalho que está sendo conduzindo pelo ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, e gostaria de antecipar aos profissionais que trabalham na rede de saúde de todo o país a gratidão dos empresários de bares e restaurantes. O trabalho deles será imprescindível para que o Brasil possa ser bem-sucedidos enquanto nação na superação desse grande desafio representado pelo coronavírus. A Abrasel estará atenta, monitorando junto as autoridades, buscando conhecimento e acompanhando o mercado para sugerir novas e importantes medidas. “Conte conosco. Vamos passar juntos por este delicado momento do nosso setor e do nosso País”, finaliza Paulo Solmucci.
CARTA ABERTA AO GOVERNADOR JOÃO DÓRIA E AO PREFEITO BRUNO COVAS
Nós, proprietários de empresas de alimentação, lazer e entretenimento na cidade de São Paulo abaixo assinados, diante da pandemia global de COVID-19, pelo compromisso e preocupação que temos com as nossas funcionárias, funcionários e clientes – bem como cientes de que questões de saúde pública demandam uma resposta coletiva e organizada por parte do poder público – nos dirigimos por meio desta carta aberta ao Governador João Dória e ao Prefeito Bruno Covas com o intuito de propor medidas para que, de maneira solidária e responsável, possamos atravessar juntos as turbulências que esse período impõe.
As medidas imediatas que propomos são as seguintes:
1) Que se emita um Decreto estipulando o fechamento de todos os estabelecimentos do gênero que recebam público pelo prazo de duas semanas, de 17 a 31 de março de 2020, a fim de reduzir o risco de contágio e evitar a propagação do vírus durante o período de quarentena recomendado pela Organização Mundial de Saúde;
2) De maneira a não sobrepenalizar os referidos estabelecimentos, solicitamos a suspensão do vencimento de todas as dívidas e parcelamentos de tributos estaduais e municipais enquanto perdurar o fechamento, prorrogando o seu vencimento por igual período;
3) Suspensão de taxas estaduais e municipais, como iluminação pública e água, enquanto durar a quarentena;
4) Como forma de mitigar as perdas que haverá com o fechamento – uma vez que seguiremos com despesas fixas com funcionários, aluguéis e fornecedores – requeremos também que seja concedida a isenção de tributos estaduais e municipais no período imediatamente posterior ao fechamento, por um período idêntico em duração aos dias de quarentena. Essa medida ajudará nossas empresas, em especial as menores entre nós, a recuperar-se da crise.
Diante de uma pandemia dessa gravidade, a única resposta possível é coletiva. Estamos tomando a iniciativa de fecharmos os nossos estabelecimentos por esse período, preventivamente. Mas, sem a atuação, coordenação e participação do Poder Público – assim como a compreensão das dificuldades pelas quais passaremos – tememos que nossos esforços e sacrifícios sejam em vão.
Vemos com bons olhos o anúncio de reunião com o nosso setor feito pela Prefeitura, e solicitamos que o Governo do Estado faça o mesmo. Estamos certos de podermos contar com a sensibilidade, apoio e liderança de Vossas Excelências para que nos auxiliem a proteger nossas funcionárias e funcionários, clientes e famílias. E que, após atravessarmos essas semanas turbulentas, emerjamos delas como uma sociedade mais forte, unida e solidária.
Assinado por:
1007 SP
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Esther
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Fonte: Abrasel