Saúde
Amil arremata Santa Marina, mas Prefeitura ainda quer torná-lo hospital público
No mesmo dia do leilão, 20/08, Prefeitura decretou área como de utilidade pública
O Diário Oficial do Município de 20 de agosto decreto 54.242 com a intenção de declarar de utilidade pública, para futura desapropriação o Hospital Santa Marina, no Jabaquara. É intenção do prefeito Fernando Haddad converter a unidade em um hospital público, aproveitando sua infraestrutura pronta. Acontece que, neste mesmo dia, foi realizado o leilão do Hospital, que estava fechado desde agosto de 2011, quando a empresa que o gerenciava foi à falência.
Durante o leilão, realizado pelo Tribunal Regional da 2ª Região, o hospital foi arrematado em menos de cinco minutos. O valor mínimo determinado para lance era de R$ 45 milhões, porém o espaço é avaliado em R$ 90 milhões. Durante a venda pública, que foi conduzida pelo juiz Fábio Augusto Branda e pelo leiloeiro Leilões Marchioro o Grupo Prevent Senior ofereceu R$ 50 milhões, mas foi derrotado pelo lance do Grupo Amil, que ofereceu R$ 55 milhões.
Recente matéria publicada pelo jornal Valor Econômico apontava rumores no mercado de saúde de que a Amil, operadora de planos de saúde comprada pela americana UnitedHealth em outubro do ano passado, está negociando a compra de vários hospitais no país. Isto porque, segundo especialista no setor ouvido pelo jornal, adquirir hospitais é uma forma que a UnitedHealth teria enxergado para regular o mercado de leitos, para reduzir os custos de internação.
A Prefeitura garante que ainda não desistiu de comprar o Santa Marina e transforma-lo em um hospital público, embora o juiz responsável pelo leilão garanta que o decreto de utilidade pública não interfere no resultado.
O juiz também confirmou que a Prefeitura vinha demonstrando interesse na compra do Santa Marina, até mesmo no dia do leilão.
Histórico
Fundado em 1971, o Hospital Santa Marina fechou as portas em 2011. A instituição ocupava um terreno de 15 mil m2, com uma área construída de 25 mil m2 e 265 leitos. Sua equipe multidisciplinar era de aproximadamente 1,2 mil funcionários.
O fechamento do hospital demorou cerca de um ano para acontecer de fato. Os funcionários ficaram sem receber por mais de seis meses, alas do hospital foram desativadas aos poucos e o atendimento aos pacientes foi sendo reduzido conforme aumentavam os problemas financeiros do estabelecimento.