Urbanismo
Água Espraiada: avenida sem previsão
Esta semana, o prefeito João Doria esteve na Zona Sul para entregar as chaves de 68 apartamentos no Conjunto Habitacional Jardim Edite II, construído com recursos da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada.
A construção do conjunto representa o fim de uma longa história: faz parte de um acordo para a extinção de uma ação civil movida pela Defensoria Pública para abrigar famílias remanescentes da favela Jardim Edite I, que optaram por morar no local e não foram atendidas na primeira etapa do empreendimento. A favela foi desmontada ainda na construção da Ponte Estaiada Otávio Frias Filho e, embora a Operação Água Espraiada preveja a construção de moradias populares para as famílias removidas das comunidades, foi necessária a Ação Civil para que a obra se concretizasse, quase dez anos depois.
Mas, o que muitos moradores, especialmente na região do Jabaquara, vivem se perguntando é: e a obra viária que ligaria a Avenida Roberto Marinho à Imigrantes, quando sairá do papel? Como ficam os proprietários de imóveis previstos de desapropriação para o trajeto?
Histórico
A extensão da Avenida Jornalista Roberto Marinho até a Rodovia dos Imigrantes foi uma obra prometida por vários ex-prefeitos: Marta, Serra, Kassab, Haddad. Mas, a única obra executada foi a ponte estaiada Otávio Frias Filho, durante ainda a gestão Marta, que na época foi apelidade pela população local como “uma ponte que ligava a uma avenida sem saída”…
Depois, o projeto foi alterado na gestão Kassab, tornando-o mais complexo, mais caro e com mais desapropriações previstas. Mas, a obra viária não evoluiu. Um trecho ligando a Roberto Marinho à Av. Pedro Bueno foi concluído na gestão Haddad, mas parou por aí.
O último ex-prefeito, aliás, logo ao assumir avisou que a extensão da Avenida não seria levada adiante – a prioridade seria construir habitações populares para abrigar os moradores que vivem nas comunidades ribeirinhas ao Córrego Água Espraiada. Estima-se que sejam necessárias 4 mil unidades habitacionais para atender essa demanda, mas nem 200 foram entregues até agora.
Resposta
Procurada, a Prefeitura, através da Secretaria da Habitação, garante que a Operação está no Plano de Metas, pelo menos no que se refere à construção das novas unidades. Já a SP Obras, empresa municipal que deveria tocar a parte viária da Operação Consorciada, diz que as obras não estão paradas.
A Secretaria da Habitação informou que uma das metas estipuladas para a Secretaria Municipal de Habitação no Plano de Metas 2017 – 2020 é a de produzir 2.500 Unidades Habitacionais de interesse social em Operações Urbanas Consorciadas, o que engloba a Operação Urbana Água Espraiada. Ou seja, mesmo que todas elas fossem no Jabaquara, o que não é o caso, ainda assim não atenderia a necessidade total para remover as favelas e fazer o parque linear previsto no projeto.
A SP Obras garante que a Operação Urbana não está paralisada, porque estão em andamento as obras de habitação social, o prolongamento da Avenida Chucri Zaidan e o novo viaduto da Avenida Lino de Moraes Leme.
Diz que já entregou 176 habitações e outras 634 unidades, divididas em cinco empreendimentos, estão em obras. Segundo SEHAB um deles, em Santo Amaro, com 300 unidades, deve ser entregue em dezembro de 2018…
Sobre a extensão da Avenida, entretanto, que também impactaria em obras previstas do monotrilho da linha 17 – Ouro, não há qualquer previsão.
Leia mais: