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Cultura

Teatro João Caetano traz Sheakspeare para crianças e Garcia Marques para adultos

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  Os dois espetáculos merecem ser conferidos pelas propostas diferenciadas. Ingressos a R$ 10

Dois ótimos textos, duas montagens de grupos de qualidade e o Teatro João Caetano recebe, a partir de hoje, espetáculos que devem ser conferidos.

Para a garotada, a dica é “Shakespeare Amarrotado”, dirigido por Dagoberto Feliz e inspirado em “Guerreiros da Bagunça”, de Guto Grecco, autor contemporâneo que atualizou a obra do inglês. Dois conceituados palhaços-pesquisadores entram em conflito ao questionar a originalidade de Romeu e Julieta, uma das obras mais famosas do dramaturgo. Será que a história de Romeu e Julieta foi mesmo escrita por William Shakespeare, ou apenas plagiada de um obscuro dramaturgo romano, cujos manuscritos teriam sido encontrados nos escombros de um antigo teatro londrino?

A partir deste mote, a Cia. Caso de Matraca concebeu “Shakespeare Amarrotado”, um musical-infantil-para-todas-as-idades-que-os-adultos-adoram no melhor estilo clown, que foi contemplado pelo 13º Cultura Inglesa Festival e faz, neste sábado, 28, sua estreia no João Caetano.

No cenário de Kleber Montanheiro, palhaços e bonecos se movimentam para transpor a essência poética shakespeariana ao imaginário popular, dentro de um jogo de poder entre adultos, que é sempre espelhado pelas crianças. Passagens clássicas, como a cena da morte, a cena do balcão e a cena do duelo, propõem um novo olhar sobre as questões da tolerância e da verdadeira aceitação das diferenças.

O elenco é formado por Bia Borin (Dona Glória), Fabiano Amigucci (Nilomar Shmallow), Luciana Ramanzini (Di Laila), Marco Aurélio Campos (Caius Bruttus) e Pitty Santana (Ator/Músico convidado), e contracena com os bonecos de Fernando Gomes (criador e diretor da série “Cocoricó”, da TV Cultura). Apresentações aos sábados e domingos, às 16h, com ingressos a R$ 10,00.

Para os adultos, a dica é uma peça inspirada no livro “O Amor nos Tempos do Cólera”, de Gabriel Garcia Marquez. Gardênia, que estreia hoje, 27 foi artesanalmente construído: cada elemento, cada palavra e gesto foi escolhido de forma cuidadosa no intuito de transpor ao palco, se não o mesmo deleite da leitura de um universo rico de imagens e sensações como o de García Márquez – já que a leitura, viagem solitária, abarca outros prazeres – uma cena firmada na palavra, na construção poética, na sensibilidade da fala, que evoca o prazer da simplicidade da narrativa, da poesia falada, da imagem desenhada, colorida de uma primeira sensação, evocando uma primordial emoção: de pertencimento da obra. Sim, pois a proximidade com o público, o ator que conta uma história, a confusão proposital entre ator e personagem, a metamorfose composta a olhos vistos, a utilização de tecnologia simples, operada a frente do público, acaba por fazer com que o espectador se aproprie do que vê, participando da história presentificada pela palavra bem-dita.

No palco, dois atores, dez retroprojetores e uma vitrola e o público disposto em um corredor acompanha a construção da história de Fermina Daza e Florentino Ariza. O espetáculo narra o amor de juventude; suas vidas apartadas; o reencontro na velhice.

As apresentações acontecem às sextas e aos sábados, 21h; domingos 19h. Ingressos também a R$ 10.

 O Teatro fica na Rua Borges Lagoa, 650 (atrás do Hospital São Paulo, próximo à estação Santa Cruz). F: 5573-3774.

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