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História

Primeira viagem do metrô, entre Jabaquara e Vila Mariana, completa 50 anos

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São 50 anos de metrô em São Paulo. E 50 anos de metrô no Brasil, já que foi aqui na capital que o meio de transporte estreou no país. O pioneirismo, entretanto, veio com certo atraso, em comparação a outros países do mundo, e se desenvolveu lentamente. Em Londres, capital inglesa, o metrô foi inaugurado em janeiro de 1863, com 6,5km – hoje são mais de 400km. Em Paris, em 1900, a linha 1 começava a operar com apenas oito estações – hoje são mais de 300, em 14 linhas.                       

Aqui no Brasil, gerando dúvidas, curiosidade e até medo dos passageiros, a primeira viagem de metrô aconteceu no dia 14 de setembro de 1974. E foi aqui na zona sul de São Paulo, num trecho de  apenas sete quilômetros da então chamada Linha Norte-Sul, atual Linha 1-Azul, percorrendo sete estações entre Jabaquara e Vila Mariana.

Vale destacar que o jornal São Paulo Zona Sul, fundado em 1960, esteve presente na inauguração e acompanhou a evolução, com a inauguração das primeiras estações. O metrô vinha sendo construído desde 1968, naquela época ainda sob a tutela da Prefeitura paulistana, e causou muitos transtornos, interdições de trânsito – como no corredor Avenida Jabaquara – Rua Domingos de Moraes – onde havia uma imensa vala a céu aberto. Desde então, tudo mudou e hoje o metrô é o transporte preferido de quem usa transporte na capital.

Já são 33,6 bilhões de passageiros utilizaram toda a rede do Metrô. A Companhia do Metrô hoje aponta que essas dezenas de bilhões de pessoas transportadas equivalem a 165 vezes a população do Brasil, 23 vezes a da China, ou ainda quatro vezes a população de todo o planeta, mostrando os gigantescos números que construíram a reputação do meio de transporte preferido dos paulistanos.

Nesse levantamento, foi considerada a movimentação nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, todas administradas pelo Metrô, além da Linha 5-Lilás, entre 2002 e agosto de 2018, período em que era operada pela Companhia.

Para transportar essa quantidade de pessoas, ao longo de meio século os trens do Metrô percorreram 606,4 milhões de quilômetros. Para se ter uma ideia da magnitude desse número, ele corresponde a 1.578 vezes a distância da Terra à Lua e 7,7 vezes o trajeto aproximado entre a Terra e Marte. Em termos diários, os trens percorrem 52,3 mil quilômetros em média, distância que poderia cobrir o trajeto entre São Paulo e Tóquio, ida e volta.

A movimentação diária no Metrô também é impressionante. Aproximadamente três milhões de passageiros são transportados diariamente, o que corresponde a quase três vezes a população de Campinas. Antes da pandemia da Covid-19, esse número chegava a 4 milhões. Na Estação Sé, uma das mais movimentadas da rede, circulam cerca de 415 mil passageiros por dia, que equivale a 2,5 vezes a população de São Caetano do Sul. Antes da pandemia, cerca de 600 mil pessoas chegaram a passar diariamente pela estação do marco zero da capital.

Nos horários de pico, a operação é feita por 117 trens circulando simultaneamente nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, com 2,8 mil viagens programadas por dia. A movimentação das portas dos trens, que se abrem e fecham cerca de 3 milhões de vezes por dia, é um testemunho da operação robusta e da confiabilidade do sistema.

É possível imaginar quantos objetos já foram esquecidos no Metrô nesses 50 anos? É claro. A Central de Achados e Perdidos foi aberta em junho 1975 e desde então registrou 3 milhões de itens esquecidos ou perdidos, dos quais 700 mil foram devolvidos aos seus donos.

E se calculássemos os impactos positivos da operação do Metrô? Desde o início do seu “Balanço Social” – cálculo dos benefícios sociais e econômicos com a operação do Metrô – em 2003, a Companhia já proporcionou uma economia de R$ 311,8 bilhões para a Região Metropolitana de São Paulo.

A matemática leva em conta redução do congestionamento nas ruas, dos tempos de viagem, do consumo de combustível fóssil e, consequentemente, da poluição do ar e da emissão de gases de efeito estufa, além da redução de acidentes de trânsito e de custos operacionais.

Esses números refletem o papel crucial do Metrô de São Paulo na vida dos paulistanos e na dinâmica da cidade, reafirmando seu compromisso com a mobilidade urbana e o desenvolvimento sustentável. Ao longo desses 50 anos, o Metrô continua a ser uma peça-chave na construção de uma São Paulo mais conectada e acessível, demonstrando que, mais do que um meio de transporte, é um verdadeiro motor de transformação social.

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