História
São Paulo tem mesmo 466 anos?
Todo paulistano sabe: em 25 de janeiro de 15 25 de janeiro de 1554, quando foi rezada a primeira missa no local do colégio fundado pelos jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, que se chamou “Colégio São Paulo de Piratininga”, dando origem ao povoado. No entanto, até o final do século 19, a cidade tinha pouco mais de 30 mil habitantes. O primeiro levantamento censitário realizado no Brasil, em 1872, apontou a presença de 31.385 moradores.
A partir daí, o crescimento foi espantoso. No final da década de 1920, já atingiríamos meio milhão de habitantes.
O que conhecemos como “cidade”, portanto, só foi começar a efetivamente se formar a partir da metade do século passado. Ainda em 1970, a população que vivia na capital era a metade do que é hoje – 6 milhões de habitantes.
Nesse cenário, como eram os bairros? Quando surgiram Vila Mariana, Saúde, Jabaquara, Ipiranga, Moema, Santo Amaro e outros bairros da capital.
Bem, em geral, é difícil dizer que algum bairro tenha sido “inaugurado”, de forma que o melhor é tentar reconstituir sua formação paulatina., tendo em vista essa transformação rápida que começou há cerca de um século.
Chácaras e casas esparsas eram um cenário comum a todos os bairros fora da região central até a metade do século XX.
Bens tombados
Uma boa dica para vislumbrar esse crescimento talvez seja formar um roteiro a partir dos bens tombados pelo patrimônio histórico no bairro onde se vive, além do resgate da tradição oral dos moradores mais antigos e retomada de lembranças de antepassados.
Casa do Sítio da Ressaca: datada provavelmente de 1719, a casa bandeirista do Jabaquara certamente é a construção mais antiga da região e lembra de um tempo em que pessoas escravizadas fugiam e se abrigavam ali.
Matadouro: o atual prédio da Cinemateca Brasileira foi construído em 1887, para abrigar o matadouro de animais para abastecer de carne os moradores da capital. O matadouro anterior ficava na região central que, então já bastante povoada, não suportou mais o sangue esvaindo pelas ruas. O novo endereço só permaneceu como região desabitada até 1914, quando novamente desativaram o matadouro por conta do crescimento da Vila Mariana e Vila Clementino.
Paróquias: a Igreja de Nossa Senhora da Saúde se formou a partir de fiéis que se reuniam naquela região da Santa Cruz no início do século XX e data de 194/17. A paróquia de São Judas – assim como 24 outras pela capital (veja matéria abaixo) se formaram no início da década de 1940 – um bom indício do crescimento dos bairros fora da região central paulistana
Colégios: algumas escolas da região surgiram no início do século passado – Benjamim Constant, no Paraíso, para atender a comunidade da cervejaria alemã (antiga Brahma) existente no bairro foi das primeiras, na virada do século. Depois vieram o Arquidiocesano, Madre Cabrini, Santa Amália, Nossa Senhora das Graças, todas antes ainda de a região contar com o metrô.
Institutos e Revoluções: O Largo Dona Ana Rosa leva esse nome porque abrigava o Instituto de mesmo nome. Em 1924, abrigou tropas da Revolução que atingiu São Paulo. Mas, esse prédio foi demolido. Já o Instituto Biológico, cujo prédio permanece no bairro, estava em construção em 1932 quando serviu de abrigo para os “soldados constitucionalistas”.
Ibirapuera: o mais famoso parque da cidade só foi construído para celebrar os 400 anos da capital, em 1Sã o Paulo 466 anos954.
Metrô: responsável por forte aumento demográfico, só teve seu primeiro trecho inaugurado, entre Jabaquara e Vila Mariana, em setembro de 1974.
Conheça melhor essas e outras histórias e veja mais fotos antigas em nosso site jornalzonasul.com.br.