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São Paulo integra grupo de cidades em busca da redução de resíduos
A capital paulista faz parte do C40, uma rede global de grandes cidades que tem dois objetivos principais: criar cooperação na redução da emissão de gases do efeito estufa e promover ações em grupo entre empresas, administrações públicas e a sociedade, visando a combater as mudanças climáticas.
E, há um ano, a Prefeitura passou a integrar o Deadline 2020 – Carta de Compromisso com o Acordo de Paris, documento em que as cidades se comprometem a reduzir as emissões dos gases causadores do efeito até 2050 e cumprir com as metas do Acordo. Com a assinatura da Carta, o município passou a fazer parte do Programa de Ação Climática.
Entre os principais desafios desse programa está a diminuição na geração de resíduos. No atual plano de metas, por exemplo, consta a proposta de reduzir em 500 mil toneladas o total de resíduos encaminhados a aterros sanitários, ampliando sua vida útil com ações de incentivo à reciclagem e ao menor desperdício de alimentos.
Outra frente de ação tem sido no sentido de criar leis e campanhas de conscientizqação para combater o uso de plásticos de uso único na cidade. O comércio já não pode usar canudos feitos do material e agora foi aprovada, na Câmara Municipal, uma lei para impedir o uso de outros itens descartáveis como pratos, talheres e copos feitos de plástico, a partir de 2021.
Também foi promovida, recentemente, a conferência “Catalisando Futuros Urbanos Sustentáveis”, promovida pela Prefeitura de São Paulo, pelo Programa Cidades Sustentáveis e a Plataforma Global para Cidades Sustentáveis (GPSC), do Banco Mundial, com apoio do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, em inglês).
Além de debater a necessidade de reduzir a emissão de poluentes e de criar mais espaços verdes, a conferência focou no debate sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos.
De acordo com a Onu Meio Ambiente, sem ele, rios transbordam e substâncias nocivas poluem o ar, entre outros malefícios. Com ele, é possível gerar oportunidades para milhões de pessoas, como as que trabalham na cadeia da reciclagem.
Segundo o relatório Que Desperdício 2.0: Um Retrato Global da Gestão de Resíduos Sólidos até 2050, do Banco Mundial, a taxa global de produção de lixo se tornará duas vezes maior que a de crescimento populacional nos próximos 30 anos. “Cidades e países estão se desenvolvendo rapidamente, sem sistemas adequados para comportar a mudança nos resíduos jogados fora pelos cidadãos”, diz o estudo.
Na contramão dessa tendência, São Paulo vem aos poucos adotando metas e ações que podem aliviar o problema. Por exemplo, a Prefeitura aderiu neste ano ao Compromisso Global da Nova Economia de Plástico, com o objetivo de que 100% das embalagens plásticas possam ser recicladas ou reaproveitadas até 2025.
Outra medida é a ampliação dos pátios de compostagem: atualmente, são cinco, que recebem resíduos dos mercados públicos e têm capacidade para até 10 toneladas/dia. Para o fim de 2020, estão prometidos 17 pátios, a fim de tratar 100% dos resíduos das mais de 800 feiras livres semanais da capital.