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Urbanismo

Vereador discute interação entre cultura e urbanismo

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Descentralizar, valorizar convivência e estimular cultura: foco de atuação

Um dos principais problemas da cidade de São Paulo, que afasta e amedronta seus moradores – até mesmo os mais apaixonados – é a violência. O medo tira os paulistanos das ruas, cria um deserto em meio a selva de pedra. Mas, este cenário vem paulatinamente mudando. Agora tem Carnaval de Rua que leva milhões de foliões às ruas,. Tem virada cultural, agora tem praça com internet livre, ruas abertas com eventos.
O vereador Nabil Bonduki (PT), urbanista e arquiteto, é um entusiasta desta ideia de o paulistano retomar o que lhe pertence: a cidade. Avalia que a falta de alternativas de lazer e cultura tirou os moradores das ruas e os colocou para dentro de casa, dos escritórios, dos carros. Mais do que isso: ergueu imensos muros separando as casas da via pública, eliminou jardins. Em visita ao jornal São Paulo Zona Sul, o vereador defendeu que as duas áreas em que atua com mais frequência – cultura e urbanismo – estão intimamente ligadas. Como vereador, ele atuou na elaboração do Plano Diretor de São Paulo, que considera ter garantido importantes avanços atuais e futuros para a cidade. “Tivemos ganhos importantes, reoganizando a cidade, propondo mais equilíbrio entre lazer, moradia e expansão do trabalho”, aposta.
Como Secretário de Cultura, cargo que ocupou de janeiro de 2015 até o final de março deste ano, pôde desenvolver ações para comprovar suas ideias. “Estabelecemos um calendário de eventos para a cidade. Temos o Carnaval de Rua, a Virada Cultural, o Circuito SP de Cultura, a jornada do Patrimônio, que reinseriu os equipamentos em áreas tombadas à programação de eventos culturais da Prefeitura…”, relaciona.
Mas, o secretário de cultura com formação de urbanista acreditava em outra importante forma de valorizar a cultura na cidade: descentralizando-a. O circuito SP de Cultura não representou apenas a ampliação da programação, com diversidade de linguagens e espetáculos importantes apresentados de forma gratuita. Espalhou cultura para os quatro cantos, em teatros antes pouco ocupados.
A nova atitude ficou clara até mesmo na hora de nomear os espaços. “Agora se chama Teatro Municipal de Vila Mariana João Caetano. Achamos importante deixar claro para o público de que espaço é público, pertencente à Prefeitura, e localizado na Vila Mariana”, conta Nabil Bonduki, explicando que o mesmo foi feito com todos os teatros de bairro da capital.
Zoneamento
Como urbanista, ele sabe também da pressão tanto dos grupos favoráveis quanto dos contrários à mudança de zoneamento em áreas estritamente residenciais.
“Várias regras novas contidas no Plano Diretor podem representar a acomodação das demandas, como por exemplo a possibilidade de estabelecer comércio no térreo de prédios. Assim, se em Moema forem construídos prédios com comércio, a tendência é haver menor pressão por uso comercial no bairro residencial vizinho que é o Planalto Paulista”, exemplifica.
Água Espraiada
“Eu continuo lecionando na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP”, contou o vereador, em meio aos diferentes temas que povoaram a conversa durante a visita ao jornal SP Zona Sul. A explicação foi por conta de perguntas relacionadas à Operação Urbana Água Espraiada, aprovada em 2001 mas que pouco avançou ao longo das últimas gestões municipais.
Nabil concorda com a escolha do prefeito Fernando Haddad de não priorizar o projeto viário de conexão da Avenida Jornalista Roberto Marinho com a Rodovia dos Imigrantes. “Não traria benefício ao bairro e ainda comprometeria outros investimentos. A venda dos certificados de potencial construtivo não seria suficiente para uma obra daquele porte, que exige recursos altíssimos”, comenta.
Ele diz que a urbanização, construção de habitações populares e construção de parque linear devem ser priorizados e podem andar mais rápido na próxima gestão.

Foto 10

Vereador Nabil Bonduki visitou redação do SP Zona Sul

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