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Trânsito

Velocidade dos radares visa a poupar vidas ou gerar multas?

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Reduzir o limite de velocidade em 10 km/h poupa vidas ou gera receitas para a Prefeitura? É o que um inquérito instaurado pelo Ministério Público está apurando. Várias vias de grande fluxo viário da região, Ricardo Jafet e Indianópolis estão na lista de corredores que tiveram o valor máximo alterado de 70 km/h para 60 km/h.
Segundo o Ministério Público, o objetivo do inquérito é verificar se a medida tem o intuito apenas de aumentar a arrecadação de recursos por meio da aplicação de multas de trânsito, em prejuízo aos motoristas. Estima-se que o número de multas por excesso de velocidade na capital tenha sido multiplicado por três, nos últimos anos, saltando de 1 milhão, em 2007, para 3 milhões no ano passado.
Instaurado pelo Promotor de Justiça Valter Foleto Santin, da Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital, o inquérito é composto de questionamentos sobre os critérios usados na modificação da sinalização. O MP quer saber se a velocidade máxima fixada está em consonância com as características técnicas e as condições de trânsito no local; quais os estudos técnicos realizados; quanto foi gasto para a mudança de sinalização de limite de velocidade, e sobre vários outros aspectos referentes à medida. Também foram solicitadas informações sobre a disposição das placas de sinalização, quantidade de veículos autuados e valor total de recursos arrecadado com as multas aplicadas nos últimos cinco anos.
Em nota, a CET informou que as informações solicitadas pelo Ministério Público foram devidamente esclarecidas àquele órgão com, inclusive, a apresentação de dados estatísticos da importância que a padronização de velocidade teve para a redução de acidentes na Capital. A empresa ainda alega que houve aumento no respeito à regulamentação de velocidade em todas as vias onde os radares foram instalados. Em muitos casos, diz a empresa, o desrespeito ao limite caiu 90%.
Segundo a Companhia, o balanço parcial de acidentes – que se refere somente aos atendimentos realizados pelos agentes da CET – aponta diminuição onde houve padronização de velocidade. Os acidentes e atropelamentos registrados em avenidas como Nazaré, Doutor Ricardo Jafet, Professor Abraão de Morais, Brasil, Pedro Álvares Cabral, República do Líbano e Indianópolis; ruas Henrique Schaumann e Manoel da Nóbrega caíram 19% após a regulamentação de velocidade em 60 km/h, em junho/2011. Foram registrados 66 acidentes em junho de 2010, ante 54 em junho do ano passado. A CET ainda cita resultados observados nas avenidas 23 de Maio e Rubem Berta, que tiveram a velocidade reduzida de 80 km/h para 70 km/h em fevereiro de 2010 e 38% de menos acidentes e atropelamentos se comparado ao ano anterior. Entre fevereiro e novembro de 2009, foram registrados 1.566 acidentes de trânsito, incluindo atropelamentos nesse eixo do Corredor Norte/Sul ante 972 no mesmo período de 2010.

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