Site gratuito ajuda quem quer diminuir consumo de álcool

O Carmaval é uma daquelas épocas em que o consumo de bebida alcoólica aumenta consideravelmente. Calor, alegria, vontade de extravasar… É difícil estabelecer explicações ou causas simplistas para o consumo, mas é inegável que o álcool pode causar problemas  – e não só para o usuário, mas para toda sociedade já que pode levar a práticas violentas, acidentes e doenças.

E quando este uso abusivo se torna constante, o prolbema pode ser ainda mais danoso. Uma nova ferramente, desenvolvida na região, pode auxiliar pessoas em todo o país a se livrar do vício ou frear o consumo excessivo.

Pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) desenvolveram uma forma de intervenção inovadora para ajudar as pessoas a beber menos: a internet. O site www.bebermenos.org.br foi desenvolvido com patrocínio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e está sendo testado simultaneamente no Brasil, Índia, México e Bielorrússia e sua eficácia vem sendo verificada.

O programa “Bebermenos” oferece diversas ferramentas que ajudam as pessoas a parar ou reduzir o consumo de álcool. Por meio de um diário de consumo, o usuário do site percebe em quais os dias da semana e em quais situações ele perde o controle e bebe demais. Com essas informações, ele pode estabelecer metas semanais de consumo e receber e-mails de alerta para ajudá-lo a se lembrar delas, assim como a desenvolver estratégias para lidar com a vontade de beber e enfrentar situações de risco.

Desde seu lançamento, mais de seis mil pessoas já utilizaram o Bebermenos. Um estudo inicial detectou uma redução média de 30% a 48% no consumo de álcool após seis semanas do início do uso do site. As vantagens deste tipo de intervenção são o fato de ser totalmente gratuito e de poder ser acessado 24 horas por dia durante os sete dias da semana, com garantia de sigilo e anonimato.

Álcool

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se uma perda de 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2014 (cerca de R$ 372 bilhões) em decorrência de problemas relacionados ao álcool. Entram nessa conta os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com o tratamento de doenças associadas ao uso de álcool e às perdas da capacidade de trabalho em decorrência de acidentes de trânsito provocados por motoristas alcoolizados, desemprego e afastamento do trabalho custeado pela Previdência Social.