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Urbanismo

Sai grafite, entra muro verde: a nova cara da 23 de Maio

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Foi a principal polêmica de início do mandato de João Doria como prefeito: o “maior mural de grafites do mundo”, na Avenida 23 de Maio, foi em grande parte apagado. O colorido da arte de rua deu lugar a um cinza que atraiu pichadores e gerou resultado difernte da limpeza estética desejada.

Agora, a ideia é voltar a investir em grafites, em um “museu aberto” prometido pelo prefeito e, no corredor Norte-Sul, investir no verde.

Esta semana foi inaugurado o primeiro trecho, que já dá para sinalizar como ficará a nova proposta. Na região do viaduto Tutóia, onde existia um grande painel da São Paulo antiga criado pelo muralista Eduardo Kobra, agora há uma parede verde.

De acordo com a Prefeitura, esta foi a primeira parede da via a receber o projeto, que ainda vai se expandir por outros seis trechos. Foram plantadas cerca de 30 espécies de plantas numa área de 1.439 m², mas quando concluído o “Corredor Verde” deverá atingir um total de 10.950 metros quadrados de área verde.

“Será o maior do mundo feito em paredes de um eixo urbano, oferecendo uma condição de visualização e ambientação muito adequada”, disse o prefeito.

Entre as espécies de plantas e folhagens, há até ervas usadas na culinária, como manjericão, alecrim, orégano, salsa íris, além de brilhantina, coração magoado, tapete inglês, coleus.  A próxima etapa do corredor verde serão os viadutos Santa Generosa e Beneficência Portuguesa. Depois, serão contemplados os viadutos Pedroso, São Joaquim, Tutóia e Jaceguai.

A Prefeitura estima que o custo ficará em torno de R$ 9,7 milhões e que o trabalho será concluído em julho.

A execução do Corredor Verde cabe ao Movimento 90º, especializado em jardins verticais. Serão utilizadas no Corredor Verde mais de 251 mil mudas de plantas. As estruturas dos painéis serão feitas com 163,7 toneladas de lixo reciclado e, quando concluídos, os jardins irão capturar 66,8 toneladas de CO2. Existe também a expectativa de redução de ruídos na região, o que será medido posteriormente.

“São Paulo tem uma necessidade por verde e ao mesmo tempo tem muitas paredes cegas que podem virar áreas verdes. Então a ideia é ocupar essas paredes com jardins verticais, aumentando o índice de área verde na cidade de São Paulo, diminuindo a poluição, controlando a temperatura”, disse o paisagista Guil Blanche, do Movimento 90°.

O projeto faz parte de um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) assinado na gestão anterior com a empresa Tishman Speyer, destinado à construção de oito jardins verticais na cidade. Até o fim de 2016, haviam sido realizados cinco desses jardins nas laterais de prédios que circundam o Minhocão, na região central da cidade.

A atual gestão deu continuidade ao termo assinado, mas direcionou o projeto para a Avenida 23 de Maio, privilegiando os muros públicos no lugar de paredes de propriedades particulares. Além disso, estendeu o tempo de manutenção dos jardins, que inclui a revisão nos gotejadores, monitoramento diário da irrigação, fertilização, podas quando necessário e verificação da estrutura.

Doria também promete estender o projeto Corredor Verde para outros pontos da cidade.

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1 Comentário

1 Comentário

  1. Nasilda Caribé

    28 de dezembro de 2017 at 20:51

    Embora boa parte dos grafites sejam bonitos, estavam pichados e sujos, dando uma sensação de decadência. Além disso, o excesso de cores e apelos visuais, aumentavam a tensão forte em virtude do fluxo e volume de trânsito, as sensações de calor aumentado, de ansiedade e angústia. As plantas, além de atenuarem a poluição, parecem reduzir o calor, melhora a respiração e acalma, integrando-se no contexto, possibilitando uma direção de veículo mais equilibrada… Como ainda não existam estudos a respeito, neste local, citei sensações, mas creio que sao resultados efetivos desta iniciativa… Além de muito bonito e perfumado também GRATIDÃO

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