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Cultura

Relatos de refugiados inspiram espetáculo na Vila Mariana

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Milhões de refugiados espalhados pelo mundo. O cenário atual desperta questionamentos sobre passado e futuro, demanda soluções e reflexões urgentes no presente. A cultura é uma das formas de se questionar os rumos da humanidade. E foi a partir das vozes de pessoas que atravessaram o Mediterrâneo em busca de um vida melhor na Europa que surgiu o espetáculo Barulho D’Água, em cartaz só neste mês de julho no teatro João Caetano.
Adaptação do texto do italiano Marco Martinelli, a montagem foi selecionada pelo Prêmio Zé Renato, da Secretaria Municipal de Cultura. A história é ambientada na ilha de Lampedusa e a narrativa tem como eixo central o depoimento real de cinco refugiados, que foram colhidos pelo próprio Martinelli.
Nesse lugar, batizado de “Ilha de Mortos” pelo autor, existe um general, interpretado por Vicente Latorre, que representa os serviços das capitais europeias responsáveis pela “política de acolhimento”.
A interpretação dos demais personagens cabe ao ator Alexandre Rodrigues. “Enquanto um é marcado pela crueldade, o outro simboliza as vozes de homens, mulheres e crianças que tentam buscar um pouco de esperança e sobrevivência”, afirma a diretora Carina Casuscelli, também responsável pela tradução do texto.
Além dos dois atores, há a presença do bailarino colombiano Omar Jimenez com suas intervenções performáticas. Paralelamente, a atriz Rosa Freitas personifica o espírito siciliano, enquanto interpreta a trilha experimental do músico Wilson Sukorski.
A companhia também trabalha com o teatro multimídia por meio de projeções no palco, com imagens captadas de lugares representativos de São Paulo e outras do Rio de Janeiro. “Obviamente tudo é muito fiel ao texto, mas conseguimos dar uma ampliada para falar de outros lugares, porque a ilha dos mortos pode ser aqui também. Por que não?”, questiona ela, referindo-se a recente chegada dos haitianos no Brasil.
Completando 15 anos de trajetória neste ano, o grupo dá início às comemorações com esta encenação.
O espetáculo é classificado para maiores de 14 anos e fica em cartaz até 24 de julho, com apresentações às sextas e aos sábados, 21h. Domingos, 19h.
As apresentações são gratuitas e a bilheteria abre uma hora antes do início de cada apresentação para distribuição dos ingressos.
O Teatro João Caetano fica na Rua Borges Lagoa, 650 – Vila Clementino. Telefones: 5573-3774.

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