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Meio ambiente

Paulistano vai gastar mais com sacos de lixo em 2012

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A estimativa é que cada família passe a gastar cerca de R$ 11 mensais, quase o dobro do valor que era cobrado pela taxa do lixo domiciliar até 2005

A polêmica envolvendo o uso de sacolinhas plásticas pelo comércio paulistano ainda deve dar muito o que falar, especialmente quando o consumidor perceber que passará a gastar com esta mudança. Matéria publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo fez uma estimativa: cerca de R$ 11 devem ser gastos mensalmente, a partir do banimento das sacolas plásticas, com a compra de sacos de lixo. Até porque, como a própria lei municipal aprovada na semana passada pondera, produtos que vertem líquido devem ser acondicionados em plástico, assim como perecíveis – e o lixo doméstico está repleto deles. Pode parecer pouco, mas só para efeito de comparação, vale lembrar que o paulistano se revoltou por ter de pagar, anos atrás, uma taxa do lixo que era de R$ 6, valor que seria revertido para garantir melhor destinação dos resíduos produzidos por cada um de nós…

Um estudo realizado pela empresa brasileira Ecosigma mostrou também que o supermercado pode ficar mais de 3% mais cara se o consumidor tivesse a opção de pagar pelas sacolas biodegradáveis, que vinham sendo vendidas a R$ 0,19 cada, mas que também ficarão fora do comércio pela lei municipal. O trabalho também revela que nos supermercados que vendem este tipo de sacola, os sacos plásticos para lixo estão custando até 235% a mais, aumentado ainda mais os gastos das pessoas em suas compras básicas.

A Associação Paulista de Supermercados, APAS, nega. Para desmentir o aumento, diz apenas que seguiu a média de aumento indicada por estudo mensal da FIPE, de 0,51% nos quatro primeiros meses do ano. A associação, que antes mesmo da aprovação da lei municipal que prevê o banimento das sacolinhas, já havia estabelecido acordo informal com o Governo do Estado para eliminar as sacolinhas dos supermercados até o final do ano.

O jornal São Paulo Zona Sul questionou os motivos de a entidade não ter interrompido, também, as vendas de sacos de lixo, já que a presença do plástico é considerada tão prejudicial aos aterros de lixo. “São produtos diferentes, com finalidades diferentes e usados em quantidades abolutamente diferentes”, diz Carlos Correa, superintendente da Associação Paulista de Supermercados. “A sacola de supermercado é resina virgem enquanto que os sacos de lixo em geral são de material reciclado, ou seja, reaproveitado”, defende.

Mas, o fato é que o principal argumento com relação às sacolas é justamente o fato de que o plástico demora muito a se decompor no meio ambiente – seja ele reciclado ou virgem. E vale ainda destacar que há muitos sacos de lixo feitos de resina virgem também à venda…

O representante da APAS argumenta ainda que “no futuro próximo só haverá sacos de lixo biodegradáveis”. O uso de material chamado biodegradável também é polêmico, já que há estudos indicando que eles apenas se fragmentam e acabam por poluir o solo e a água, sem possibilidade de serem reciclados, como as sacolinhas plásticas.

A grande pergunta que fica no ar é por que os supermercados começaram pela proibição das sacolas plásticas em vez de economizar em outros artigos, como bandejas de isopor, sacos e vasos plásticos que envolvem flores, plástico filme que envolve frios, entre tantos outros itens cuja redução ou eliminação do uso pelas redes também representaria impacto ambiental. “Os supermercados, pela proximidade com o consumidor final, são sensíveis aos anseios da população”, diz Correa. “Estudo do Ministério do Meio Ambiente aponta que 75% da população querem o fim das sacolas plásticas. Como o plástico mais visível no meio ambiente são as sacolas de supermercados, este setor está dando uma resposta à sociedade saindo na frente”.

Ele concorda, entretanto, que este é o primeiro passo. “Em pouco tempo outros debates vão ocorrer, pois existe uma Política Nacional de Resíduos Sólidos. Muita coisa vai mudar e quem ganhará com isso somos nós cidadãos, nossos filhos e nossos netos, que herdarão um planeta melhor”, acredita.

Nas próximas edições, aliás, o jornal SP Zona Sul vai justamente abordar a lei federal que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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