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Já falta água na Zona Sul

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No dia 24 de setembro, moradores de Vila Mariana, Saúde e Jabaquara, entre outros bairros da capital e também cidades da Grande São Paulo, ficaram sem água durante o dia. Com a crise de abastecimento e baixo nível das represas, a preocupação tomou conta de moradores da região.
A Sabesp, entretanto, alegou à época ter ocorrido um problema de ordem técnica na estação elevatória de água bruta do Guarapiranga, causando apenas intermitência no fornecimento para alguns bairros das regiões Oeste e Sul da cidade de São Paulo. A empresa informou que uma falha ocasionou o desligamento da elevatória, responsável pelo bombeamento de água da Represa de Guarapiranga até a Estação de Tratamento do Alto da Boa Vista, na região de Santo Amaro.
Esta semana, novamente, alguns bairros da Zona Sul enfrentaram falta d’água, especialmente na região do Campo Belo, Moema, Cidade Ademar, Americanópolis e Vila Clara.
Desta vez, a empresa informou que havia uma avaria em uma válvula na entrada do Reservatório Campo Belo, integrante do Sistema Guarapiranga e que o conserto seria concluído até segunda, 13, com previsão de normalização do fornecimento até a madrugada seguinte.
A população tem relatado, entretanto, falta de água durante o período noturno com normalização durante as primeiras horas da manhã, em vários bairros da região.
A falta de chuvas e o nível baixo das represas são efetivamente motivo de preocupação. Muitos bairros da região têm fornecimento parcialmente vindo da Cantareira, e parte proveniente da Guarapiranga.
A concessionária de abastecimento de água nega o racionamento mas, esta semana, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que estuda o contrato entre a prefeitura e a companhia, a presidente da Sabesp admitiu que se não chover nos próximos dias a capital paulista ficará sem água em meados de novembro. “Temos uma disponibilidade suficiente para atender a população nesse regime de chuvas até meados de novembro”, respondeu Dilma, após ser indagada diversas vezes pelos vereadores sobre a situação do abastecimento na cidade.
A declaração foi feita na quarta, 15. Logo depois, entretanto, o governador Geraldo Alckmin descartou a possibilidade, alegando que a água está garantida porque será feita captação da segunda parte do volume morto da Cantareira, com 108 milhões de metros cúbicos.
A própria presidente da Sabesp havia dito na CPI que estão sendo realizadas obras para captação dessa parcela de água, o que deverá aumentar o nível do Sistema Cantareira para 12%. “Temos uma obra já licenciada, em fase de finalização, para disponibilizar 106 milhões de metros cúbicos para o Cantareira. A população da cidade de São Paulo e da Região Metropolitana, inclusive de Campinas, poderá contar com essa água”, acrescentou.
Na semana passada, o juiz federal Miguel Florestano Neto emitiu uma liminar proibindo o uso da reserva, a não ser que a companhia apresente estudos técnicos comprovando a impossibilidade de cumprir a decisão. A liminar acabou derrubada ontem. “A liminar em seu primeiro parágrafo, diz que não se pode usar, mas depois há uma relativização, [afirma que] se for justificado o uso, que seja com parcimônia. E faremos dessa maneira”, explicou.
Para o promotor José Eduardo Ismael Lutti, as ações adotadas pela companhia não são suficientes para garantir o abastecimento na capital paulista. “O que fica claro, depois de ouvir declarações de funcionários da Sabesp, é que a Sabesp não planeja o bastante para garantir a segurança hídrica em qualquer tipo de cenário, a não ser acreditando que as chuvas virão normalmente. A esperança por parte da companhia é a de adesão das pessoas ao bônus, e não um planejamento do recurso hídrico com segurança”, criticou.

 

Obra de captação do volume morto na Cantareira: primeira parte já está esgotando e deve terminar ainda em novembro

 

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