Dória assume prometendo combater oito cracolândias

Como resolver o problema do consumo de crack e moradias de rua em São Paulo? Este é um desafio que vem sendo enfrentado há mais de uma década e que, durante a campanha para Prefeitura, no final do ano passado, gerou polêmica e embates entre os candidatos.
O ex-prefeito Fernando Haddad defendia o projeto Braços Abertos, que propõe, em síntese, a reinserção do usuário através da oferta de emprego e moradia. Já o prefeito João Dória defendia a internação compulsória e o fim do projeto anterior.
Agora, Dória está afirmando que vai enfrentar a questão a partir de quatro diferentes pilares: combate ao tráfico, tratamento médico, atendimento social e recuperação urbanística com ações de zeladoria nas áreas atingidas. O novo prefeito promete agir não apenas na região central da cidade, a mais atingida e com situação mais grave, mas também em outras sete regiões da cidade onde se formaram “cracolândias”.
Na divisa entre Vila Mariana e Jabaquara, sob o viaduto Jabaquara, na Avenida dos Bandeirantes, há uma concentração de usuários de drogas, especialmente crack.
A área se transformou em moradia para alguns deles. Praças no entorno já contam com barracas que abrigam os moradores de rua usuários e muitos que trafegam pela área se queixam de constantes abordagens.
O ex-prefeito havia tentado algumas abordagens multisetoriais na área, envolvendo assistentes sociais, agentes de saúde, guardas civis e integrantes da antiga Subprefeitura de Vila Mariana, mas a situação não se resolveu. Já houve também ações lideradas pelas Polícias Militar e Civil, mas sempre houve retorno da população usuária.
O prefeito tem realizado reuniões intersetoriais, também, para discutir a implantação do projeto Redenção, que já vem sendo realizado pelo governador Geraldo Alckmin, mas sinalizou que pretende ampliar a ação.
“Vamos trabalhar com cuidado, com zelo, com serenidade, mas também com objetividade para que a implementação dessa ação possa servir de exemplo e de referência de uma ação bem-sucedida”, afirmou Doria.
A partir desta reunião, as frentes de trabalho têm 60 dias para traçar seus planos de ações. Durante esse período, outros encontros também serão realizados.