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Cultura

Direção da Cinemateca é destituída

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Desde 2013, um dos principais endereços da cultura brasileira está sofrendo. Naquele ano, a Cinemateca foi alvo de mudanças no Ministério da Cultura, que impediu a continuidade do financimanento de seu funcionamento através de repasses para uma instituição independente, a Sociedade Amigos da Cinemateca. Agora, esta semana, um novo e maior baque: Ministério da Cultura exonerou 81 ocupantes de cargos comissionados de coordenação e assessoria. As exonerações incluem integrantes da Cinemateca Brasileira, da Fundação Biblioteca Nacional e do Instituto Brasileiro de Museus.
Localizada na Vila Mariana, a Cinemateca ocupa, desde a década de 1990, um prédio tombado como patrimônio histórico e que foi restaurado para receber o maior acervo audiovisual da América Latina: o antigo matadouro municipal de São Paulo. É, portanto, um ponto de interesse turístico, arquitetônico e cultural da cidade e mais especificamente da Vila Mariana. Além disso, a Cinemateca é responsável pela preservação da produção audiovisual brasileira.
A coordenadora-geral da Cinemateca, Olga Futemma, nomeada em maio do ano passado, e outros quatro coordenadores do órgão foram exonerados.
Em nota, o Ministério da Cultura informou que as exonerações fazem parte da reestruturação da pasta e do plano de valorização dos servidores de carreira, anunciado pelo Ministro da Cultura, Marcelo Calero. Segundo a nota, a maior parte dos cargos será preenchida por servidores concursados que ocuparão cargos de chefia.
A nota do ministério diz que os 81 comissionados “não tinham vínculo com o serviço público federal” e que “as exonerações fazem parte da reestruturação da pasta e do plano de valorização dos servidores de carreira”.
Entretanto, em um manifesto pela volta de Olga Futema, divulgado na internet, apoiadores contam que Olga é funcionária de carreira e que desde 1984 se dedica à Cinemateca, onde teria se aposentado em 2013, porém retornado há um ano para atuar desligada de partidos políticos. O manifesto diz que ela não é filiada nem milita politicamente.
Além disso, o texto denuncia que o seu sucessor, já anunciado, não é servidor público, nem atua no campo da cultura audiovisual. Pela primeira vez, a indicação de um coordenador-geral não partiu do Conselho Curador, violando prática adotada nos últimos 30 anos pelos sucessivos governos.
Ao assumir interinamente a presidência da República, Michel Temer extinguiu o Ministério da Cultura e as atribuições da pasta foram incorporadas pelo Ministério da Educação. Após a manifestações de servidores e críticas de setores da sociedade e da classe artística, Temer decidiu recriá-lo.
O manifesto contrário às exonerações, disponível na internet, aponta que “o governo interino recentemente teve a sensatez de recuar na extinção do Ministério da Cultura. Podia agora demonstrar igual prudência ao revogar as demissões que impactaram seus órgãos.”

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