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Urbanismo

Cruz Vermelha defende concessão de área

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Há mais de um século, em 1913, uma imensa área nos arredores do Aeroporto de Congonhas foi doada à Cruz Vermelha Brasileira. Durante anos, o imenso terreno e os edifícios que o compõem foram usados para fins administrativos, cursos de formação oferecidos pela entidade, recebimento de doações encaminhadas a vítimas de tragédias ocorridas tanto em solo nacional quando fora do país, eventos… Também abrigou o Hospital dos Defeitos da Face. Agora, boa parte do terreno está ociosa, ao mesmo tempo em que a Cruz Vermelha alega dificuldades financeiras em manter suas atividades.
Nesse cenário, no ano passado, passou a circular a notícia de que o terreno seria destinado à construção de um shopping center. Efetivamente, um alvará de demolição chegou a ser expedido para a área, há um ano, mas paralelamente o vereador Gilberto Natalini (PV) entrou com pedido de tombamento do complexo, enquanto patrimônio histórico.
A Sociedade Amigos do Planalto Paulista foi às ruas no sábado, dia 17, com apoio também do Movimento Defenda São Paulo e de outras associações para uma primeira manifestação pública. Segundo a entidade, o objetivo era “demonstrar a vontade popular pelo tombamento dos edifícios do conjunto da Cruz Vermelha Brasileira Filial São Paulo, em andamento junto ao CONPRESP”.
Os moradores alegam que o tombamento é necessário “pelo valor que os caracteriza face a implantação datar dos primórdios do século passado”. Em nota, a entidade ainda defende a implantação de um parque no local: “a cidade carece de áreas verdes e assim, não pode anuir a um adensamento ainda maior de uma das únicas áreas permeáveis junto ao Aeroporto de Congonhas, este grande gerador de poluição ambiental para a qual a área onde se encontra a Cruz Vermelha pode deter a função de mitigadora”.
A Cruz Vermelha, entretanto, defende a concessão da área. “Foi protocolado um laudo no próprio CONPRESP pelo arquiteto e urbanista Lucio Gomes Machado, apontando que não há valor histórico ou arquitetônico no imóvel”, diz Luiz Luciano Costa, relações institucionais da entidade.
Costa ainda defende que a concessão da área permitirá a expansão e perpetuação das atividades da Cruz Vermelha e garante que o hospital será mantido, modernizado e ampliado, assim como as ações de voluntariado da entidade.
“A segurança vai aumentar, haverá geração de empregos e valorização imobiliária”, defendeu, acrescentando que a área está em uma zona mista, permitindo a implantação de empreendimento comercial, apesar da vizinhança estritamente residencial.
O diretor acredita que a solução para o impasse deve acontecer em breve, pois o pedido de tombamento já vem sendo avaliado no Conpresp há mais de um ano. “A maior parte do terreno é um gramado e não haverá perda ambiental”, garante.

No sábado, 17, moradores fizeram passeata no Planalto

No sábado, 17, moradores fizeram passeata no Planalto

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