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Meio ambiente

Atenção aos resíduos gera economia

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Cada item jogado no lixo doméstico tem um custo: do alimento à embalagem. É possível economizar dinheiro reduzindo lixo?

As sobras do jantar que vão parar no lixo representam dinheiro sendo jogado fora, literalmente. Cada legume ou pedaço de carne não consumido tem não apenas o custo do próprio produto embutido, mas também o valor do transporte (incluindo a gasolina do supermercado até a casa do consumidor), da sacolinha plástica eventualmente usada, do gás usado no cozimento, do tempo dispendido em seu preparo…
Ao prestar atenção ao que vai para o lixo doméstico, é possível observar excessos que não prejudicam apenas o meio ambiente, mas também o orçamento doméstico.
O desperdício de alimentos responde por mais de 60% do lixo doméstico, aí incluídas tanto as sobras porque houve produção de mais comida do que se consumiria, quanto os alimentos que estragaram sem sequer serem preparados. Aprender a aproveitar os alimentos integralmente, descobrindo receitas com cascas e talos, por exemplo, é outra atitude que contribui para reduzir o lixo e os gastos domésticos. No supermercado, evite frutas e frios em bandejas de isopor e o excesso de embalagens. Embora este material possa ser posteriormente encaminhado para reciclagem, o ideal é reduzir o consumo antes de tudo.
Mas o planejamento das compras vale também para outros setores da vida doméstica. Uma das atenções deve ser com as embalagens: empórios que vendem produtos a granel podem ser uma boa alternativa à compra de itens já embalados e que podem estar em quantidade superior à que o consumo doméstico exige.
Mesmo quando se restringe a análise de desperdício de valor ao consumidor, qualquer roupa não utilizada, celular seminovo trocado, brinde não aproveitado tem um custo. Até indústrias historicamente ligadas ao consumo estão pregando atitude consciente por parte dos consumidores. Várias empresas ligadas à moda promoveram, no dia 24 de abril, o Fashion Revolution Day. A ação foi estabelecida por um conselho global de líderes da indústria da moda sustentável, ativistas, imprensa e acadêmicos para relembrar um fato triste ocorrido na mesma data, em 2013. Naquele dia, um edifício em Bangladesh, onde trabalhavam operários do setor da moda de maneira precária, desabou deixando mais de 1.100 mortos e 2.500 feridos. Marcas mundialmente famosas tinham suas peças fabricadas ali, por mais de 5 mil operários e, um dia antes da tragédia, houve alertas de que o prédio tinha rachaduras e estava em risco. Porém, os alertas foram ignorados. A campanha surgiu para aumentar a conscientização sobre o verdadeiro custo da moda. A ideia é fazer com que o consumidor passe a prestar atenção e cobrar de todas as marcas de roupa informações sobre o processo produtivo.
O mesmo deve valer para outros produtos: dos alimentos às roupas, dos eletrônicos aos móveis. Consumir é necessário e, além de satisfazer necessidades básicas e gerar conforto, faz a economia gerar. Entretanto, o ato de comprar demanda, a cada dia mais, consciência para evitar supérfluos, itens desnecessários e processos produtivos danosos tanto ao meio ambiente quanto ao ser humano que deles participa.
Prestar atenção ao lixo produzido diariamente é, portanto, uma lição de cidadania. E de economia.

moda pode simbolizar nova postura: é preciso ter consciência a cada compra realizada

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